Na atual conjuntura do campo na Bahia, destacam-se novas ameaças que desafiam a sobrevivência e resistência dos povos da terra e das águas. Na sua presença solidária junto às comunidades camponesas, a CPT Bahia identificou um conjunto de grandes problemáticas, que têm como pano de fundo o avanço do agro-hidronegócio com sua concepção equivocada de desenvolvimento. As principais ameaças aos povos da terra e das água na visão da CPT Bahia são estas:

1. As carvoarias, que transformam a mata nativa da Caatinga e do Cerrado em carvão demandado pelas indústrias siderúrgicas;

2. A monocultura da cana-de-açucar para a produção de agrocombustível, que está se espalhando, com apoio governamental, por vastas áreas do Cerrado, da Caatinga e da Mata Atlântica;3. A monocultura do eucalipto para a indústria da celulose, que está transformando em “desertos verdes” a rica biodivesidade da Bahia;

4. Os grandes projetos de infra-estrutura e exploração dos recursos naturais: a transposição das águas do rio São Francisco e suas consequências para a vida do rio e do seu povo, a mineração, o projeto da Ferrovia Transnordestina, o mineroduto de Caetité a Ilhéus, o Porto Sul, e outros.

5. A deteriorização das condições de trabalho assalariado do campo, atingindo formas de exploração análogas à escravidão.