A quarta e última etapa do curso de “educomunicação” promovido pela Comissão Pastoral da Terra – CPT da Diocese de Ruy 
Barbosa em parceria com a Escola Família Agrícola Mãe Jovina – EFAMJ e a Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Campus XXIII, aconteceu de 25 a 26 de novembro, na cidade de Ruy Barbosa – BA. 41 educandos da turma do 3º ano, do curso Técnico em Agropecuária participaram da formação que foi ministrada por estudantes do 4ª semestre do curso Comunicação Social/Jornalismo em Multimídia, sob a coordenação da educadora Drª Gislene Moreira.
Nessa etapa, os educandos tiveram o grande desafio de concretizarem a atividade de edição. Vale ressaltar que, esse trabalho foi iniciado na etapa anterior. A turma foi dividida em sete grupos com intuito de construírem o roteiro para a produção de vídeo, rádio novela, etc. Durante a alternância eles tiveram o compromisso de executarem as gravações e; no tempo escola, a oficina de edição. Após a conclusão, os grupos apresentaram seus trabalhos para toda comunidade escolar. Além disso, os educandos foram contemplados com a entrega dos certificados de participação do curso que totalizou uma carga horária de 50 horas. Por fim, fizemos uma avaliação de todo processo do curso.
Com relação a avaliação foi gratificante ouvir os depoimentos dos jovens sobre o êxito do projeto. Sobre o aspecto positivo foi unânime a fala dos educandos que o curso foi ótimo. Para eles, a formação proporcionou novos conhecimentos sobre a mídia e os meios de comunicação e como utilizarmos de forma racional, como produzir um texto jornalístico, vídeos, etc. Além do mais, foi através dessa formação que nós tivemos “um novo olhar para os meios de comunicação”.
Os mediadores também salientaram que foi uma experiência magnífica, e ressaltam a integração entre eles e os educandos. Destacam-se ainda o interesse, a potencialidade e a utopia da turma, como também percebemos que através deste curso abriram novos horizontes e a partir de agora “vocês estão preparados, vocês têm voz e vez, e tem um canal aberto para divulgarem”. Por outro lado, os educadores Luiz e Jeane da EFAMJ afirmam que “esse curso possibilita aos jovens fazerem suas próprias descobertas”, além do mais, percebemos que durante este período “houve uma mudança na turma, sobretudo, na forma de ver as notícias”. Os educandos, educadores e mediadores almejam que nos próximos anos sejam promovidos outros cursos para os estudantes.
Portanto, com base na minha vivência como coordenar do curso corroboro com todos os aspectos apontados e resumo essa formação em dois verbos “despertar” e “estimular”. Por isso, faz-se necessário a continuidade de formação com esse foco. Pois, segundo Freire “Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo”.
Comunicação na atualidade – O início do século XXI vem sendo apontado por alguns estudiosos como era da comunicação e da tecnologia. Por outro lado, as tecnologias vêm causado vários transtornos nas escolas e na sociedade. Diante desse cenário, vejo que, as instituições educacionais, os movimentos sociais, pastorais sociais … precisam valorizar as tecnologias como ferramenta de aprendizagem. “Pois o “digital” possibilita outro modo de pensar, outra forma de construir o conhecimento, pautado em uma lógica não mais linear, mas em um conjunto de nós ligados por conexões” (Pierre Levy).
Entretanto, para utilizar esses recursos tecnológicos de maneira racional, como diz a educanda Talyne “[…] utilizar ao nosso favor” é preciso de conhecimento. Para isso, o educador tem que assumir compromissos éticos e políticos e, ter a capacidade de intervenção crítica com os meios de comunicação. Esse processo segundo Freire conduz os sujeitos à libertação das amarras que o oprimem e da visão ingênua do mundo que o cerca.
Edinaldo Gonçalves – CPT Centro Norte
