cropped-logo-cpt-1.png

CPT BAHIA

Incidência política das Pastorais Sociais na Diocese de Itabuna (BA)

Aconteceu no último sábado, dia 07, na sede das Pastorais Sociais (Casa em Movimento) o encontro de formação/informação com o tema: “Incidência Politica das Pastorais Sociais na Diocese de Itabuna”. Estiveram presentes 15 participantes representando: Comissão Pastoral da Terra – CPT, Conselho Indigenista Missionário – CIMI, Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, Movimento de Cursilho Cristão – MCC, Pastoral Carcerária, Grupo de Oração João Paulo II, Paróquia da Piedade, Conselho de Cidadania Permanente – CCP, além de representante do Levante Popular da Juventude e do Ministério Público Estadual.

O encontro teve como objetivo principal aprimorar a práxis da incidência política que os/as agentes das Pastorais Sociais, Organismos e Setor da Mobilidade Humana já realizam, aprofundando conceitos, questionando as práticas, articulando novas atuações e planejando os repasses do que for aprendido, fermentando, assim, valores do Reino de Deus no coração da sociedade na perspectiva de Igreja em saída, e teve como objetivo especifico: retomar e reforçar a caminhada conjunta das Pastorais Sociais, Organismos, Movimentos no âmbito da Diocese de Itabuna.

Após um primeiro momento de mística motivado por trechos do documento: “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade”- (Doc. 105 da CNBB), o documento foi aprovado na 54ª Assembleia Geral da CNBB, realizada em Aparecida, nos dias 6 a 15 de abril de 2016.  Tem como perspectiva a afirmação dos cristãos leigos e leigas como verdadeiros sujeitos eclesiais. Esta expressão – sujeitos eclesiais – é recorrente em todo o texto e se fundamenta nos ensinamentos do Concílio Vaticano II e do Magistério subsequente. Pretende-se animar a todos os cristãos leigos e leigas a compreenderem a sua própria vocação e missão e atuarem como verdadeiros sujeitos eclesiais nas diversas realidades em que se encontram inseridos, reconhecendo o valor de seus trabalhos na Igreja e no mundo. Como sujeitos eclesiais não são uma realidade pronta, mas um dom que se faz compromisso permanente para toda a Igreja, em sua missão evangelizadora, sempre em comunhão com os demais membros.

Tivemos também a reflexão do sobre os Discípulos de Emaús (Lc 13, 24-35). Após a leitura do Evangelho de Lucas nos identificamos em muitos momentos como os dois discípulos que abandonaram o grupo que se encontrava reunido em Jerusalém. Caminhamos com ar entristecido, desesperançosos, desanimados. Assim como os discípulos que após a crucificação de Jesus, é de tristeza, desolação e desesperança. Sua fé em Jesus apagou-se.  Já não esperam nada dele. Aparentemente dispõem de todo quando poderia levá-los à fé em Jesus Cristo. Conhecem as  Escrituras de Israel, conviveram com Jesus, ouviram sua mensagem, viram-no atuar como um  ‘profeta poderoso”, ouviram o anúncio pascal das mulheres, que dizem que o crucificado “está vivo” e seus companheiros confirmam que o sepulcro está vazio.  Tudo é inútil.  Sua fé continua morta. Falta-lhes o mais decisivo. Reconhecer a presença do Ressuscitado em suas vidas, encontrar-se pessoalmente com o Cristo vivo.

Haroldo Heleno falou um pouco sobre o tema, colocando algumas provocações à primeira delas o desafio de “Cultivar a Esperança”, recorreu a uma provocação do Papa Francisco: “A esperança convida-nos a reconhecer que sempre há uma saída, sempre podemos mudar o rumo, sempre podemos fazer alguma coisa para resolver os problemas” (Laudato Si, 61). A partir da apresentação de slides Heleno foi nos mostrando: O ciclo da incidência, caminhos para mudanças, âmbitos da incidência politica, nosso campo de atuação, a necessidade de conhecer para incidir, princípios de valores, roteiro para a incidência.

Por fim chegamos a uma síntese do que seria teoricamente esta incidência politica: “Incidência política pode ser considerada um processo socioeducativo participativo, que desenvolve estratégias, ações comunicativas e lutas articuladas de pessoas, grupos e organizações, tendo por objetivos: Favorecer a transformação social em valores, princípios, políticas, estruturas, práticas, ideias e comportamentos; Propiciar proteção e garantia de direitos, principalmente de segmentos populacionais socialmente vulneráveis, da sociedade mais ampla, bem como do meio ambiente e das mais diversas formas de vida no planeta”.

Heleno reforçou este momento de estudo e o desejo de articulação das Pastorais entre si e com os Movimentos Sociais e Instituições, a partir de um trecho da carta de convocação para este encontro: “A diversidade das pastorais sociais é uma riqueza para a Igreja. Importa que sejam bem articuladas entre elas, ligadas a outras pastorais da Palavra ou dos Sacramentos, para formar uma pastoral de conjunto ao serviço do anuncio do Evangelho. É vital também a articulação com outros movimentos e organizações da sociedade, partilhando os mesmos objetivos e valores, em defesa da vida, da dignidade e dos direitos de todos. A abertura à sociedade, com as suas contradições e conflitos, é uma condição da sua vitalidade evangélica”. Carta Encíclica, Deus Caritas Est – Bento XVI.

Houve depois uma rica interação dos participantes que propuseram um momento posterior para aprofundar ainda mais o tema da incidência politica, com propostas de ações concretas e conjuntas das Pastorais sociais.

A reflexão deste encontro faz parte dos encaminhamentos apresentados no Seminário de Incidência Politica da grande Região Nordeste da CNBB, que deve realizar uma serie de seminários que a Comissão Episcopal para o Serviço, da Caridade, da Justiça e da Paz (Comissão 8) pretende fazer em todo o Brasil. Serão cerca de 12 seminários. Veja mais informações, clique aqui.

Rodrigo Ortega, Estagiário de Ciências Sociais nos apresentou a proposta do projeto MP Educa, que surge a partir da necessidade de agir perante os altos índices de violência na região, além de todo serviço prestado no combate à criminalidade, o Ministério Público, com o MP Educa, visa promover e desenvolver sua função institucional de promotor da cidadania, dos direitos humanos e da cultura de paz. Saiba mais sobre o projeto acessando o link: clique aqui

A articulação definiu seu próximo encontro para o dia 09 de dezembro, como o tema da campanha da Fraternidade 2018: “Fraternidade e superação da violência”, tendo como lema: “Em Cristo somos todos irmãos” (Mt 23,8).

Itabuna (Ba), 07 de novembro de 2017

Assessoria de Comunicação das Pastorais Sociais

Gostou desse conteúdo? Compartilhe
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp

Postagens recentes: