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CPT BAHIA

Na Bahia, Sem Terra ocupam prefeitura em defesa do Rio Utinga

Os trabalhadores denunciaram as contradições do agronegócio e pautaram a necessidade de os órgãos competentes realizarem a revitalização do rio que banha a zona rural e urbana do município.

 

Na manhã dessa quarta-feira (17), cerca de 200 trabalhadores Sem Terra ocuparam a Prefeitura Municipal de Wagner, na Chapada Diamantina, apresentando uma pauta de reivindicação e rememorando os 21 anos de luta do MST na região.

A ocupação aconteceu após uma marcha realizada da entrada da cidade até o centro. No percurso os trabalhadores denunciaram as contradições do agronegócio e pautaram a necessidade de os órgãos competentes realizarem a revitalização do Rio Utinga, que banha a zona rural e urbana do município.

Na pauta de reivindicação é solicitada a realização de um diagnóstico sócio econômico e ambiental do Rio Utinga, assim como, a revitalização da bacia e sub bacia.

Também foi pautado a regularização do fornecimento de energia nos assentamentos, a construção de barragens e melhorias na estrutura das escolas do campo localizadas nas áreas.

De acordo com Wilson Pianissola, da direção estadual do MST, nestes 21 anos de luta do Movimento na região a marcha e a luta em defesa da Reforma Agrária sempre apontaram o caminho da emancipação dos sujeitos. “Mais uma vez queremos afirmar nosso compromisso de lutar por uma sociedade mais justa e fraterna, por isso é que nossa pauta de reivindicação diálogo com o todo da sociedade”, explicou.

Rio Utinga

Em Wagner, os camponeses produzem diversas culturas, com destaque à produção de banana através dos sistemas de irrigação.

Segundo os Sem Terra, o governo deu uma ordem de suspenção da irrigação, atingindo diretamente as famílias camponesas, que denunciam ainda, os grandes produtores da localidade, “pois estão represando a água do Rio e evitando que chegue nas comunidades rurais”.

Cerca de 40 mil habitantes, no território da cidadania Piomonte Paraguaçu e Chapada Diamantina, utilizam a água do Rio para o consumo doméstico e produção de alimentos. A direção do MST na região, diz que as águas do Rio garantem a segurança alimentar e nutricional das famílias, compreendendo que o excedente daquilo que é produzido serve para abastecer várias feiras livres da região.

Negociação

Após ocupação no prédio da Prefeitura, foi agendada uma reunião com o prefeito do município para esta sexta-feira (19/02) e outra, com o prefeito de Utinga na quinta-feira (18/02).Em seguida, será realizada na próxima quinta (25/02) uma reunião com um representante da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), em Wagner.

 

Do Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Publicado no site do MST em 18 de fevereiro de 2016 

 

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