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CPT BAHIA

17 de abril – Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária

17 de abril é considerado Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária e Dia Mundial de Luta pela Terra. Em 2024, essa data marca os 28 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, quando policiais militares do estado Pará assassinaram 21 camponeses e feriram dezenas deles. Os trabalhadores faziam parte das mais de 3 mil famílias que marchavam com o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) para ocupação de um latifúndio improdutivo. O crime segue sem punição suficiente até os dias de hoje – os dois comandantes condenados tiveram suas penas atenuadas.

Ainda hoje o Brasil é um dos países que possui maior taxa de concentração de terras no mundo. Na Bahia, o cenário é parecido, com índices de concentração fundiária considerada de muito forte a absoluta em algumas regiões. Este é o caso do Extremo-sul do estado, onde os monocultivos, como o de eucalipto, e a especulação imobiliária avançam sobre territórios tradicionais e causam diversos conflitos, com omissão e até apoio do Estado, principalmente contra os povos indígenas e os sem terra. No Oeste, onde predominam os monocultivos de soja, milho, algodão etc., esses índices também são alarmantes. O IBGE aponta que na maioria dos municípios baianos a taxa de concentração da terra varia entre forte e muito forte.  

A terra deve ser de quem nela vive e produz. A terra deve ser de quem dela cuida e preserva. Os povos indígenas, os camponeses, os quilombolas, os extrativistas possuem um vínculo com a terra diferente do que propaga o capital. Enquanto a ideologia capitalista apregoa que a terra serve para que dela se tire o máximo de lucro,com recurso de agrotóxicos e de violências, para quem nela vive e cultiva, dela tira o sustento da família sem a destruir, a terra significa vida. 

Sinal disso é a ampla adoção da agroecologia, do reflorestamento e da recuperação do solo e de nascentes de água em áreas de assentamentos, aldeias, quilombos e demais territórios tradicionais. Quer seja por questões técnicas, culturais e espirituais, fato é que a terra é respeitada e cuidada por quem dela depende e entende a importância de sua manutenção para a família, a comunidade e o planeta.  

“A solução é sempre a esperança. Uma esperança, porém, que comece a trabalhar, que saiba viver o dia a dia, que procure fazer o trabalho de justiça e libertação com os outros”.  

(Dom Pedro Casaldáliga)

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