Orações, debates e filmes integram a programação da Romaria que movimentará o município de Bom Jesus da Lapa
Com o apelo de uma conversão ecológica que cuide das pessoas e do planeta, romeiros e romeiras partem em direção à cidade de Bom Jesus da Lapa – BA para a 39ª Romaria da Terra e das Águas. A atividade acontece de 01 a 03 de julho e conta com celebrações religiosas, debates e atividades culturais. A organização do evento é da Comissão Pastoral da Terra – Bahia, Dioceses de Bom Jesus da Lapa, Barreiras, Irecê, Barra, Caetité, Arquidiocese de Vitória da Conquista, Santuário Bom Jesus e organizações e movimentos populares.
A união da oração com a atuação social é uma marca da Romaria. A programação não é exclusivamente religião e muitos são os espaços de formação política e social. “Nossas romarias se destacam pela vivência de uma gente que reza lutado e lura rezando. É um espaço em que o povo peregrina, reza, discute e ousa propor. Caminhos de conversão e ação para o cuidado com a terra, a água e os homens e mulheres que destas necessitam,” afirma a carta convocatória dos romeiros para a atividade.
A ideia de propor uma mudança ecológica do ser humano como o tema da Romaria é resultado das reflexões das duas últimas edições quando o foco esteve nas problemáticas da água e da terra. A consciência que a interligação de todos os elementos é importante para a vida no planeta, resultou na proposta de 2016, que debate o cuidado com a casa comum. A Encíclica Laudato Si do Papa Francisco também incentivou a definição do tema. “Cuidar desta casa comum, nos provoca a construir espaços de direitos, a garantir que todo o povo tenha terra, teto e trabalho”, pontua a carta convocatória.
A abertura da Romaria será na noite de sexta-feira, quanto todos os romeiros vão se encontrar na Esplanada do Santuário de Bom Jesus para a acolhida e a missa de abertura. Após a celebração, haverá a exibição do filme: “O mar de Antônio Peregrino”, apresentado pelo Cinema Itinerante de Canudos, no auditório João Paulo II. O documentário narra a história de Antônio Conselheiro e do arraial de Canudos e o sonho de milhares de camponeses e índios desterrados em uma região marcada pelas longas secas.
No sábado, a programação começa às 8 horas, com os plenarinhos. Em cinco locais diferentes, os participantes se dividirão em grupos para debaterem temas como fé e política, saneamento da Bacia do Rio São Francisco e territórios tradicionais (confira o final do texto o detalhamento). À tarde, a tradicional Via Sacra reúne os romeiros na Esplanada do Santuário, às 16 horas, para a partir dos passos da Paixão de Cristo, rezar pelas ruas da cidade. Às 20 horas, a Noite Cultural, no estacionamento do Santuário, promove a interação dos romeiros.
Já no domingo, o dia começa às 5h30, com a Missa da Ressurreição na Esplanada do Santuário. Em seguida, acontece o Grande Plenário, na Gruta da Soledade. É a hora de reunir os debates vivenciados em cada Plenarinho e enviar os romeiros para que nas suas cidades retomem ao cotidiano da vida a partir das reflexões e orações vividas nos dias de Romaria.