Encaminho, com alegria, nestes tempos, por certos aspectos tenebrosos, esta notícia luminosa, comentada pelo espirito que ela carrega: a celebração do Quinto Centenário da Reforma Luterana da qual papa Francisco, participa em nome de todos os que sentem o relacionamento com os “protestantes” como relevante e significativo para as igrejas todas, além da luterana.
Pessoalmente creio que muitos e muitas da minha idade, além da alegria, devem sentir a comoção de viver este momento histórico novo da história religiosa. Na minha modéstia, partilho três aspectos que me tocam por dentro de minha vida de fé. São os seguintes.
a) A lastimável demonização de Lutero e dos seus seguidores/as, nas igrejas católicas da minha infância e adolescência, finalmente inicia a ser superada desde papa João XXIII e o Concilio Vaticano II; fundamentalmente, a dimensão penitencial e de conversão não pode ser ignorada.
b) A valorização da teologia luterana e protestante, com suas grandes personalidades, teólogos, biblistas, pastores, heroicos como nos apontava a um coirmão, docente de teologia, frei Saveiro Pancheri, para nós jovens franciscanos.
c) As igrejas do Brasil, povoadas de luteranos e luteranas migrantes europeus, se enriqueceu qualitativamente de carisma, ternura e vigor. Na minha vida pessoal há nomes que muitos leitores(as) conhecem. Permitam que lembre, entre muitos, Milton Schwantes. Com os católicos Carlos Mesters, Marcelo Barros e muitos outros e outras, só para me referir à minha pequena experiência pessoal, Milton abriu nossa cabeça e coração para o ecumenismo bíblico e histórico que o próprio Jesus provocou nele e provocará ainda em todos que estão abertos ao seu Espírito Santo.
Em entrevista concedida ao Instituto Humanitas Unisinos, o pastor luterano e doutor em Teologia, Walter Altmann comenta as principais contribuições da Reforma para a modernidade, as aproximações entre o catolicismo e o luteranismo nos últimos 50 anos. Confira a entrevista: “500 anos da Reforma manifesta o desejo de um futuro de diversidade reconciliada”.
Luciano Bernardi da CPT Bahia