No dia oito de março de 1975 foi reconhecido oficialmente pela ONU com o dia Internacional da Mulher, essa data é lembrada pelas lutas, manifestações e protestos na busca por igualdade. Apesar das muitas conquistas já adquiridas a muito que se avançar, nesta data as mulheres não querem apenas receber parabéns, ganharem flores, chocolates, cartões ou figurinhas Esse é o dia para refletir como as mulheres estão sendo tratadas na sociedade, as diferenças no ambiente familiar, na escola, no mercado de trabalho e nos diversos ambientes em que estão inseridas. Apesar das lutas por igualdade salarial, as mulheres ainda são minoria no mercado de trabalho e os homens permanecem recebendo mais, mesmo realizando as mesmas tarefas.
As mulheres estão sujeitas a desigualdades em todos os espaços, trazemos à realidade das comunidades tradicionais de Fundo e Fecho de Pasto, onde as mulheres se caracterizam pela relação de pertencimento com o local em que vivem, elas carregam uma gama de valores, crenças, saberes e tem a missão dê-os transmitirem de geração em geração sem perderem os seus valores.
Atualmente no município de Cordeiros-BA existem quatro comunidades certificadas e reconhecidas pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial – SEPROMI, enquanto Comunidades Tradicionais de Fecho de Pasto. As comunidades de Malhada Grande, Palmeira, Pedra Branca e Tapera do Rochedo conquistaram seu reconhecimento através de lutas tendo as mulheres à frente destas lutas e mobilizações buscando não somente uma certificação, mas também, o autorreconhecimento das próprias comunidades. A certificação e reconhecimento foi um grande passo, mas ainda há muito que se conquistar enquanto comunidades tradicionais.
O desejo para esse dia oito de março é que as mulheres das comunidades tradicionais sejam respeitadas, reconhecidas e valorizadas e tenham seus direitos garantidos enquanto comunidades tradicionais.
São mulheres que cuida e cultiva a terra, lutando e defendendo a agricultura familiar, cuidam da casa, dos filhos, maridos e dos pais idosos. Assumem as responsabilidades na comunidade, cantando, proclamando, refletindo e servindo, mantém as associações (dos pequenos trabalhadores rurais), estudam e trazem visões novas e necessárias para sociedade. Trabalham e ajudam nas despesas da família, praticam esporte e luta pela valorização e visibilidade do futebol feminino. Buscam também a demarcação de seus territórios pelo Estado. Fazem artesanatos, pilotam, dirigem, defendem o meio ambiente.
Em suma, são mulheres especiais por ser quem são e anseiam pela criação de políticas públicas voltadas para o gênero feminino, criação de projetos e programas que visem o desenvolvimento econômico e sua independência financeira.
Autoras: Adriene de Santos Donato e Luzinete de Jesus Donato