Corpo de agricultor é enterrado em Buerarema em meio a protestos

O agricultor Juraci foi assassinado na noite de segunda, gerando onda de protestos na região

O corpo do agricultor Juraci Santana, 44 anos, foi enterrado na noite desta quarta-feira (12), no cemitério de Buerarema, no sul baiano. O clima na cidade ainda é de tensão e depois do sepultamento houve uma aglomeração de pessoas indicando um protesto, mas não houve manifestação, segundo a polícia da cidade. Além da polícia local, há reforço da Polícia Militar e presença das Forças Armadas na região.

No começo da tarde houve um protesto diante do prédio do Ministério Público Federal de Ilhéus, pedindo justiça pela morte de Juraci. O corpo foi encaminhado do Instituto Médico Legal da cidade e levado a Buerarema, onde foi velado em frente à prefeitura, antes de seguir para o enterro. Na frente da prefeitura, houve nova manifestação.

O agricultor Juraci foi assassinado na noite de segunda. Ele era era líder do assentamento Ipiranga, que fica em Una, e estava no local. Agricultores acusam índios pelo crime, mas a Polícia Civil não se pronunciou sobre o caso.

Na terça, por conta da morte, agricultores fizeram protesto na BR-101, em uma ponte que dá acesso a Buerarema. Além de queimarem pneus e madeira, eles usaram marretas para quebrar partes da ponte e ameaçaram explodir o local. Foram mais de 10h com o trânsito totalmente bloqueado na ponte.

Ainda ontem (11), o governador Jaques Wagner oficializou o pedido de aplicação do instrumento Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nas regiões do sul da Bahia em que ocorrem conflitos de terra, em especial nos municípios de Buerarema e Una.

Previsto na Constituição Federal, a GLO é utilizado quando situações que fogem do controle colocam em risco a segurança da população. Durante sua vigência, tropas das Forças Armadas assumem a segurança local e passam a ter poder de polícia.