Por Renata Lourenço
Com o projeto Espalha a Semente, Tupinambás de Olivença fazem uma cartografia afetiva do seu território e apontam as fronteiras da demarcação
O projeto “Espalha Semente – Etnomapeamento Tupinambá” vai realizar uma cartografia do território indígena Tupinambá contando histórias e compartilhando imagens na aldeia nos dias 21 a 30 de março.
Com oficinas de audiovisual, fotografia, cultura digital, etnojornalismo e georeferenciamento, a cartografia do território será povoada pela memória afetiva dos tupinambás, pela demarcação do espaço físico e simbólico das terras que será feito por uma equipe de colaboradores das áreas de antropologia, geografia, tecnologias digitais, cinema e comunicação, junto com os indígenas.
O aldeamento tupinambá foi criado em 1680. Mais de 300 anos depois, eles são oficialmente reconhecidos como indígenas pela Funai e em 2009 tem início o processo de demarcação do território, que ainda não se concluiu.
Jaborandy Tupinambá, articulador do projeto na aldeia, ressalta a importância do momento para a luta indígena e diz que a questão do território não pode ser tratada com a presença do exército – que hoje ocupa a aldeia, mas dialogando com os parentes tupinambás e suas histórias.
O “Espalha a Semente – Etnomapeamento Tupinambá” conta com o apoio da Assessoria de Culturas Digitais da Secretaria de Cultura da Bahia.
Siga o caminho tupinambá no mapa!
http://espalhasemente.org/mapatupinamba/
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TUPINAMBA
Os Tupinambás de Olivença vivem num aldeamento indígena de que se tem notícia pelas fontes coloniais de que existe desde o ano 1680, fundado por missionários jesuítas, mantém-se na região de Mata Atlântica do sul da Bahia, nas proximidades da cidade de Ilhéus e se estende da costa marítima da vila de Olivença até a Serra das Trempes e a Serra do Padeiro.
Envolvidos num contexto de integração regional, marcado pelo contato com outros povos, os Tupinambá de Olivença consideram-se “caboclos” ou mesmo “índios civilizados”, mas isso nunca significou um abandono de sua condição indígena, como aponta o Instituto Sócio Ambiental.
Em 2001, os Tupinambá de Olivença foram reconhecidos oficialmente como indígenas pela Funai. A primeira fase de demarcação do seu território foi em 2009 com a publicação do resumo do relatório de identificação e delimitação da Terra Indígena Tupinambá de Olivença. O processo de demarcação passa por grandes conflitos no território. Agora, os Tupinambás estão num processo de auto-demarcação de suas terras e o Espalha a Semente – Etnomapeamento Tupinamba esta colaborando!