Jaborandi, um vasto município de 9,5 milhões de quilômetros quadrados e apenas nove mil habitantes, está em vias de se tornar a jóia da coroa do agronegócio baiano.
Não é pobre, tem a 12ª renda per capita da Bahia, à frente de Paulo Afonso (17º) e Lauro de Freitas (18º), por exemplo. Mas se é rico, embalado pela força da pecuária, vai ficar bilionário, pelo mesmo filão.
O mapa da mina: lá será instalada, numa área de 70 mil hectares, uma das maiores indústrias de leite em pó do mundo, da Agri-Brasil, empresa que tem como atores principais o brasileiro Antonio Martins, funcionário aposentado do Banco Central, e os holandeses WllyVan Bakel e Kees Koolen, que possuem outros 50 empreendimentos similares, embora de porte menor pelo planeta afora. O projeto é fazer um núcleo processador do leite com quatro núcleos (fazendas) produtores de 50 mil vacas cada interligados por dutos.
Cada fazenda vai custar R$ 2,4 bilhões para produzir uma receita de R$ 1,7 bi/ano. O projeto será implantado por etapas. Quando estiver a pleno pique, terá produção equivalente ao dinheiro que todo o oeste baiano gera hoje, que é 1,5% do PIB estadual.
PROTOCOLO — A Agri Brasil está em vias de assinar protocolo de intenções com o governo baiano, que vai se comprometer a melhorar ou criar a estrutura viária da área. As negociações estão em fase final.
VACAS LEITEIRAS— As vacas a serem trazidas dos EUA têm a melhor genética do planeta. Cada uma produz 60 litros de leite por dia. Serão trazidas em navios australianos (os melhores do mundo para isso) e desembarcadas no porto de Ilhéus. Serão mais de sete mil carretas para transportá-las até Jaborandi, num só dia.
Matéria do Jornal A Tarde, publicada em 2 de março de 2015