Para superar as crises constantes que chegam ao campo, provocadas pelos interesses do capital, é preciso muita força, organização, sonhar em mutirão. Por isso, as equipes da Comissão Pastoral da Terra que atuam nas dioceses de Juazeiro, Ruy Barbosa e Bonfim realizaram uma série de visitas em comunidades rurais entres os dias seis e sete de outubro. Os locais visitados durante o chamado Mutirão do Centro-Norte foram as áreas de fundo e fecho de pasto de Mirangaba e assentamentos do CETA em Jacobina e Ourolândia.
Durante as reuniões, as famílias camponesas levantaram várias preocupações, muitas delas relacionadas à conjuntura atual. Ultimamente, está mais difícil obter políticas públicas de acesso e permanência no território e melhoria de qualidade de vida dos/as camponeses/as, informaram.
Além disso, a chegada do capital em territórios tradicionais tem produzido diversos danos à vida do homem e da mulher que vivem da terra. Grandes projetos econômicos centralizadores, em comunidades acostumadas a usar de forma coletiva os bens de produção disponíveis – terra e água – têm aumentando os conflitos entre trabalhadores/as empresas do setor energético.
As comunidades visitadas durante o mutirão acusam tais empresas de usurparem os recursos naturais e a terra através da grilagem e especulação imobiliária, com o aval do próprio Estado, que justifica tais práticas ao alegar um suposto interesse público em torno das atividades geradoras de divisas (commodities).
Além dessas visitas, um momento de formação e socialização dos principais pontos discutidos junto aos trabalhadores/as foi no Centro Pastoral Diocesano em Senhor do Bonfim.