Na manhã desta terça-feira, dia 17, teve início a exposição “Do Rio que era Doce às águas do Semiárido: contradições do modelo mineral”, na Biblioteca Central, da Universidade Federal da Bahia – UFBA, em Salvador. Essa é uma realização do Comitê Nacional dos Territórios Frente a Mineração e já percorreu os estados de São Paulo, Pará e Maranhão.
A mostra nasceu meses após o rompimento da barragem de Fundão, que, em novembro de 2015, deixou a região de Mariana (MG) coberta por rejeitos tóxicos. O rastro de lama chegou até o oceano Atlântico e, com ele, cresceu também a necessidade de se discutir as ameaças socioambientais representadas pela mineração.
A mesa de abertura e debate discutiu o modelo mineral brasileiro e a necessidade de superá-lo, e contou com a participação de algumas entidades parceiras como a Coordenadoria Ecumênica de Serviço – CESE, Comissão Pastoral da Terra – CPT, o Movimento pela Soberania Popular da Mineração – MAM, e o do Grupo de Pesquisa Geografar, da UFBA.
Segundo Moema Miranda, representante do Comitê, as mineradoras já chegam as comunidades com promessas de emprego, que não são cumpridas, e ainda destroem as formas produtivas locais existentes. “A extração mineral da forma que está sendo feita, prejudica não só o entorno da mina, mas também, a nossa relação com os bens naturais”, afirmou.
Para Beni Carvalho, agente da Comissão Pastoral da Terra – CPT, o modelo mineral representa o que foi a formação socioeconômica do Estado Brasileiro. “Uma formação contra o povo e sem o povo”, ressaltou.
A exposição integra a programação do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão da UFBA, e segue até a próxima sexta-feira (20), das 9h às 20h, com mais de 50 fotos sobre Mariana, sobre a mineração em territórios de diversos estados brasileiros, exibição de filmes, rodas de conversa e palestras sobre o modelo mineral brasileiro.
Segue a programação completa da amostra e debates.