Entre os dias 25 e 26 deste mês, integrantes de movimentos sociais do campo e da cidade participaram da terceira etapa do Curso de Realidade Brasileira (CRB), em Camacan (BA). Com o tema “como se formaram as classes sociais na sociedade”, a formação contou com a assessoria de Camila Mudrek do Movimento por Soberania Popular na Mineração (MAM).
O objetivo do curso é refletir a partir da história e se organizar para construir, a partir do conhecimento, uma nova história com o envolvimento do povo, buscando mudar a sociedade onde todos e todas possam igualmente ter direitos e ser tratados como seres humanos.
Esta formação possui seis etapas e é organizado pelo Micro Fórum de Luta por Terra, Trabalho e Cidadania, que é formado pelo Movimento de Luta pela Terra e na Terra, o Movimento dos Trabalhadores, Assentados, Acampados e Quilombolas (CETA), os Povos Indígenas Pataxós e Tupinambás, MAM, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Bahia, o Grupo de pesquisa Geografar da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Associação para Resgate Social (ARES).
Entre as temáticas abordadas estavam a formação da sociedade desde as comunidades primitivas, o feudalismo, até os dias atuais com o capitalismo; com destaque a constituição do Brasil a partir da chegada dos europeus em uma terra que já eram ocupadas por indígenas, grupos que já tinham seu modo de organização de convivência e preservação do ambiente, e a forma de cuidados coletivos da terra e de todas as formas de vida.
Os europeus burgueses impuseram um modo de vida com violência criando um sistema de exploração irracional da terra, com a implantação do monocultivo e de um regime escravocrata que explorpou primeiramente os indígenas, depois os negros, e por último o pobres brancos da Europa. Devido a isso, o povo se rebelou, resistiu e levou a unidade indígena a constituição de vários quilombos, greves, e manifestos ne luta pela independência para livrar o Brasil de Portugal.
Os/as participantes do curso se sentiram provocadas a se agruparem, desfazendo as diferenças como forma possível para construir a luta por uma sociedade mais justa em que os preconceitos sejam eliminados e que todos e todas possam ter direitos iguais. A próxima etapa acontecerá no mês de setembro com a reflexão sobre a constituição do patriarcado.
Texto e foto: Valderly Cazais/ Equipe Sul Sudoeste – CPT Bahia
Edição: Comunicação CPT Bahia