Com o objetivo de fortalecer a Articulação em Defesa do rio Pardo, formada por integrantes de Organizações Não Governamentais (ONGs), pastorais, movimentos e entidades sociais, foi realizado nos dias 01 e 02 deste mês, um encontro na Associação Mãe dos Extrativistas (AMEX), em Canavieiras, Sul da Bahia.
Dentre os integrantes, o Grupo de Pesquisa Geografar da Universidade Federal da Bahia (UFBA) expôs o resultado dos estudos na Bacia Hidrográfica do rio, na região cafeeira do médio rio Pardo, que constatou volume anual de uso da água por atividade, sendo a irrigação responsável por 89,52%, deste 72% é utilizado pelo café.
Ângelo José Lima, do Observatório das Águas, que desenvolve um trabalho de articulação em defesa da gestão das águas em nível nacional, também apresentou a Política nacional para bacias hidrográficas, e ainda salientou que hoje no Brasil a água é o centro estratégico das políticas públicas. São 850 municípios que enfrentam problemas por falta de água, e 94 deles estão no estado da Bahia.
Segundo relato de representantes de Minas Gerais que faz parte da articulação, as terras das famílias de comunidades tradicionais foram tomadas pelo governo para repassar para as empresas plantadoras de eucalipto, e chegaram a desmatar cerca de 1,5 mil hectares. E sem a proteção da mata nativa, os córregos e nascentes foram soterrados pelas terras levadas pelas chuvas, e junto com o plantio do monocultivo do eucalipto, veio o sumiço das águas.
Além destes problemas relatados, o representante da AMEX, informou que o nível da água do baixo rio Pardo diminuiu e está sendo invadido pelas águas do mar, impossibilitando o uso humano e animal. Outra situação narrada é o impacto dos agrotóxicos que diariamente são despejados no rio pelo eucalipto, pecuária e recentemente pelo plantio de café.
A Articulação em Defesa do rio Pardo, a partir desses estudos e relatos, se organizam para a realização de ações em âmbitos municipais, regionais, nacionais e internacionais, para a preservação do rio.
Texto: Equipe Sul – Sudoeste/ CPT Bahia
Edição: Comunicação CPT Bahia