O Conselho Nacional da Comissão Pastoral da Terra, reunido em Hidrolândia – GO, entre os dias 28 a 30 de outubro de 2019, se solidariza com os pescadores e pescadoras artesanais e demais pessoas impactadas pelo vazamento do óleo que atingiu o litoral nordestino.
Este crime ambiental, igualmente a tantos outros crimes ambientais que têm atingido milhares de famílias em todo o Brasil e destruído ecossistemas, tem consequências negativas por períodos longos sobre todas as formas de vida. Além dos impactos ambientais e para a saúde humana dos pescadores e pescadoras artesanais e de quem se alimenta do pescado, está inviabilizando as atividades econômicas e de geração de renda de famílias que vivem nas zonas costeiras.
Repudiamos o descaso do Governo Federal com este crime ambiental, quando demorou a tomar providências para resolver o problema, ao mesmo tempo em que destacamos a valiosa e decisiva ação popular de pescadores e pescadoras artesanais, moradores de comunidades atingidas e turistas para recolher o óleo e conter seu avanço, promovendo a limpeza dos ambientes, mesmo colocando em risco sua saúde, pois sabem da importância do mar e de toda a vida que há nele.
O aparecimento de tartarugas, peixes e outros seres vivos marítimos contaminados e mortos revela a gravidade do crime e tem gerado tristeza, preocupação e indignação. Mas é necessário que essa indignação seja transformada em luta para que os responsáveis sejam punidos, medidas sejam tomadas para ouvir as comunidades pesqueiras e garantir seus direitos, inclusive para evitar que crimes como este se repitam.
O Papa Francisco, em seu pontificado, tem alertado a todas as pessoas do mundo inteiro sobre a necessidade urgente do cuidado com a Casa Comum, a defesa do meio ambiente em todas as suas formas de vida. A Encíclica Laudato Si e o recente Sínodo para Amazônia apresentam os grandes desafios da humanidade para a defesa da natureza e denunciam os ataques do capitalismo sobre os ecossistemas e os povos que neles vivem, causando muito sofrimento e dor.
A CPT se soma à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e ao Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), em suas manifestações de solidariedade e denúncia através de notas emitidas recentemente, bem como desenvolvendo ações de apoio às lutas das comunidades atingidas, como visitas e campanhas, através de dioceses, agentes pastorais e colaboradores diversos.
Portanto, são inaceitáveis os crimes ambientais e exigimos que a justiça seja feita em favor das pessoas atingidas e da natureza destruída.
Hidrolândia – Goiás, 30 de outubro de 2019.
Conselho Nacional da CPT