Um grupo de 20 trabalhadores e trabalhadoras rurais da comunidade do Desterro, em Remanso, visitou a comunidade de Malvão, no município de Casa Nova, para conhecer o parque eólico abandonado pela Chesf. A visita aconteceu na segunda quinzena de março.
Quem mora na comunidade do Desterro ultimamente convive com uma grande dor de cabeça, o assédio de funcionários de empresas do setor elétrico que estudam instalar um parque eólico na localidade. De acordo com os/as moradores/as, tais representantes chegam à localidade com várias promessas.
Por isso, em conversas com a Comissão Pastoral da Terra que atua na Diocese de Juazeiro e o Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais de Remanso, as famílias do Desterro decidiram enviar representantes para conhecer e conversar com moradores do Malvão. Neste povoado, seria construído um parque eólico de grandes proporções com 120 aerogeradores. Contudo, há quase dois a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), responsável pela construção, interrompeu os trabalhos.
“Agente não queria, agora é que não quer. A gente já estava assustado, e agora ficamos mais”, conta o camponês Zeferino de Souza, após conversar com moradores do Malvão sobre o parque eólico abandonado.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Remanso Beronice Silva fez duras críticas ao empreendimento. “A impressão que isso é um elefante branco. Dizem que é energia limpa, mas dessa forma, não está sendo”.
A Comissão Pastoral da Terra e o STR de Remanso orientam as comunidades para que decidam coletivamente acerca da entrada ou não de empresas do setor elétrico nas suas terras, e que não assinem nenhum documento sem uma prévia orientação de advogados.