Agentes da Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Bahia se reuniram nos dias 16, 17 e 18 deste mês, em Salvador, para discutir o tema “Descolonização do imaginário e o Bem Viver”. O Encontro Regional de Formação contou com a parceria da Fundação Rosa Luxemburgo.
Verena Glass, jornalista e coordenadora de projetos da Fundação, apresentou o horizonte do Bem Viver aos agentes, fazendo uma reflexão no trabalho diário da CPT com a forma de viver das comunidades, onde cada realidade vai construir seu bem viver, a partir de suas próprias perspectivas.
O Bem Viver nasceu do conhecimento e práticas de vida dos indígenas andinos. Essa filosofia de vida propõe uma construção de novas possibilidades voltadas para questões políticas, econômicas e sociais, questionando uma série de elementos, como as noções de “progresso” e “desenvolvimento”.
Segundo a Verena, o Bem Viver se concentra naquilo que as pessoas constroem enquanto comunidade. “A potencialização do comunitário, das redes de cuidado, das articulações que podem levar a outros tipos de relações interpessoais, principalmente a relação do ser humano com o seu ambiente e a natureza. O Bem Viver não se constrói na perspectiva do que vai ser no futuro, mas aquilo que temos condições de criar, do que temos no presente. E a gente pode trazer isso para as comunidades tanto rurais quanto urbanas”, ressaltou.
Para Sandra Leny, agente pastoral da região Centro Oeste que atua em Irecê, esse horizonte é algo novo que ainda está sendo estruturado. “O Bem Viver já está impregnado na gente, nas práticas do dia a dia. Para mim está aliado a nosso modo de vida, a forma como tratamos as pessoas, a nossa família. Depende do modo de vida de cada pessoa”, afirmou.
Comunicação CPT Bahia