Um registro da vista ao povo Tupinambá, no mês de maio, na Caravana da Solidariedade ao povo indígena Tupinambá de Olivença, na Serra do Padeiro, no município de Buerarema – BA. Havia cerca de 80 participantes de diversas entidades, organismos, movimentos e pastorais sociais.
Por Tiago Aragão e Maria Santana, agentes da CPT BA
O objetivo da caravana da solidariedade o próprio nome já diz, ser solidaria aos índios tupinambás da serra do padeiro, onde os mesmo sofreram com as perseguições e difamação, pela luta dos seus territórios e conhecer um pouco da sua historia e sua origem.
Ali vivenciamos toda uma mística, muito forte e muito bonita, onde rezamos e cantamos do jeito dos índios e com eles, conhecemos a historia dos encantados, que são os antepassados que já partiram, mais os orientam no dia-a-dia. Ali também conhecemos a organização e o cuidado com a mãe terra e os animais que vivem na mata ao redor da aldeia.
“São 500 anos de injustiça, de escravidão e de desrespeito aos povos indígenas, que tem direito as suas terras, a sua vida assim como á: saúde, escola e segurança e todos os direitos a segurados na constituição. Queremos ser solidários ao povo tupinambá de Olivença, na luta pela conquista de seus territórios, vimos que o governo estadual e federal assim como o STF ainda não cumpriu seu dever na defesa da justiça e da verdade”, observa Tiago Aragão, da CPT BA.
Para Maria Santana, agente da CPT BA, “O estar presente, sentir toda a energia e vivenciar a mística do povo Tupinambá foi um momento de fortalecer a luta em defesa dos pequenos”
O povo Tupinambá!
Tupinambás é o nome de um povo indígena brasileiro que, até o século XVI, habitava duas regiões da costa brasileira: a primeira ia desde a margem direita do Rio São Francisco até o Recôncavo Baiano; a segunda abrangia o litoral sul do atual estado do Rio de Janeiro e o litoral norte do atual estado de São Paulo. Este segundo grupo também era chamado de tamoio. Compunham-se de 100 000 indivíduos. Era a nação indígena mais conhecida da costa brasileira pelos navegadores europeus do século XVI. Atualmente, existe um grupo indígena no sul do estado da Bahia são os tupinambás de Olivença.
Atos de violência contra o povo tupinambá de Olivença: o povo indígena Tupinambá, mobilizado pelo reconhecimento de seus direitos territoriais. Sofre com os atos de violência, um caminhão que transportava estudantes da Escola Estadual Indígena Tupinambá Serra do Padeiro foi alvejado em uma emboscada. Ninguém foi baleado, mas estilhaços do para-brisas, que se quebrou, feriram dois estudantes. Nos dias subseqüentes, não-índios atearam fogo em veículos de órgãos públicos e em um ônibus escolar. Indígenas que vivem na zona urbana de Buerarema tiveram suas casas e bens pessoais incendiados.
Diante disto, qual a posição dos governos, estadual e federal?
O governador Jaques Wagner concedeu entrevista via telefone à Rádio Difusora Sul da Bahia e, na oportunidade falou sobre os conflitos de terra entre indígenas e produtores rurais/Grileiros e Latifundiários no Sul da Bahia. Wagner disse que é preciso por um fim ao conflito de terras no Sul da Bahia e defendeu uma convivência pacífica entre todos os envolvidos no processo que envolve a demarcação de uma área de 47 mil hectares nos municípios de Ilhéus/Olivença, Una e Buerarema.
A presidenta Dilma Rousseff decidiu pela suspensão da ordem e a implantação do “estado de exceção” para lidar com o crescente conflito por terras no sul da Bahia.
O que diz o STF e o MP:
O MPF (Ministério Público Federal) pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a suspensão de liminares e sentenças de reintegração de posse de fazendas ocupadas pelos índios na região.
Fica o nosso apoio junto ao clamor de justiça ao povo tupinambá que continuam na serra do padeiro, resistindo na luta pelos seus territórios e sua historia.
Esse é o nosso país, Essa é a nossa bandeira, É por amor a essa pátria Brasil, Que a gente segue em fileira
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