Neste fim de semana, entre os dias 28 e 30 de abril, realizou-se a primeira etapa da escola de formação da Cáritas Diocesana em Caetité, tendo como tema a “Fé é Política”, ministrado pelo filósofo e teólogo, Rodrigo Dias. O curso contou com a participação de 65 jovens vindo de 23 paróquias da Diocese de Caetité.
No primeiro momento a formação contou com uma análise de conjuntura facilitada por Beni Carvalho da Comissão Pastoral da Terra – CPT, que destacou os desafios da luta de classe no Brasil. “Os trabalhadores tiveram um salto de qualidade na luta de classe com a greve geral do dia 28 pela mobilização e participação com muita força das principais categorias e entidades de classe, paralisando os principais setores da economia”, refletiu.
Carvalho ainda ressaltou a necessidade das organizações de esquerda, as pastorais e a igreja retomar o trabalho de base. “Esse trabalho tem o objetivo de elevar a consciência política do povo, para que eles sejam os protagonistas da história”, completou.
Durante o sábado, Dias ficou com a responsabilidade de conduzir a formação a respeito do tema “Fé é Política”. Na apresentação, Dias enfatizou a necessidade das pessoas de se indignarem diante das injustiças e trabalhar de acordo com a nossa realidade, tendo como princípio, que a cabeça pensa onde os pés pisam. “Não existe neutralidade na fé, a mesma tem lado, e a nossa tarefa ao resgatar o evangelho, é nos comprometer com a luta dos oprimidos por um reino de justiça e liberdade”, afirmou.
No último dia, dia 30, o curso fechou com uma oficina de estêncil coordenada por Fabiano Paixão, do Levante Popular da Juventude. Paixão, destacou que esse é o momento de construir outros mecanismos de fazer política. “É importante os instrumentos de agitação e propaganda das nossas ideias, sendo o estêncil uma ferramenta criativa e importante para a juventude da classe trabalhadora na luta”, disse.
Para Maycon José de Oliveira da Silva, coordenador da Pastoral da Juventude zonal 17 de Macaúbas, “o mais impressionante foi ver a quantidade de jovens que estão interessados em transformar o país, e poder compreender os malefícios da mídia na nossa formação”, e destacou, “o compromisso agora é retornar para a nossa paróquia e fortalecer nossa organização com vista a fortalecer a democracia”.
Segundo Renan Pereira dos Santos, da Pastoral Universitária, “a formação foi muito importante, pois estamos num contexto de perda de direitos e os debates que tivemos pode nos fortalecer para seguir fazendo a luta”. Já Taís Rodrigues, militante do Levante Popular da Juventude e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, destacou que a participação da juventude nas mobilizações, já que é um dos setores que estão sendo impactados diretamente com a perda de direitos. “As reformas conduzidas por este governo tiram as possibilidades da juventude de ter acesso à educação e ao trabalho, questões fundamentais para nossos jovens. O curso nos estimula a seguir lutando contra essas injustiças e fortalecer a organização dos jovens por um projeto de poder”, enfatizou.
Essa é uma escola de formação continuada que ainda prevê mais três etapas até o início do ano de 2018. A escola é uma proposta da Cáritas em parceria com movimentos de juventude da igreja e o Levante Popular da Juventude, tendo como objetivo formar lideranças que possam fortalecer as organizações dos jovens da paróquia e a luta do povo.
Equipe Sul/Sudoeste – CPT Bahia