Na manhã da última sexta-feira (25/04) cerca de 500 pessoas participaram mais uma vez de mobilização contra o empreendimento Fazenda Barra Velha, do Grupo Mizote, em Correntina-BA. Com faixas, bandeiras, instrumentos, cartazes e muitos gritos de ordem os movimentos sociais, estudantes e sociedade civil organizada de Correntina e região sairão às ruas para mais uma vez manifestarem sua posição contrária ao empreendimento do Grupo Mizote, que tem como objetivo o plantio de grãos em 25.000 ha de Cerrado. A localização do empreendimento está entre os rios do Meio e Santo Antônio, uma das últimas áreas de Cerrado preservadas no município, que é um dos recordistas no desmatamento no Brasil.
Ao chegarem à Pousada Águas Cristalinas, local onde aconteceria a Audiência Pública, os moradores foram impedidos de entrar por Policiais Militares, que alegavam não ser permitido a entrada com faixas, instrumentos e apitos. Diante deste fato os manifestantes ficaram por cerca de uma hora pressionando a entrada da pousada e expondo sua posição aos representantes do INEMA, órgão responsável pelo licenciamento. Contudo, a maior surpresa foi uma liminar do juiz Pedro Paulo Falcão Júnior, que citando solicitação de cidadãos Correntinenses ao Ministério Público da Bahia decidiu cancelar a Audiência Pública por não cumprir as prerrogativas legais do processo de licenciamento ambiental.
Após este momento, os manifestantes se deslocaram para o Centro Educacional de Correntina, onde puderam conhecer de forma crítica o projeto do Grupo Mizote, e desta maneira expressar as preocupações frente a possível consolidação do empreendimento.
Mais uma vez o povo organizado do Oeste da Bahia dá um exemplo de Soberania e faz valer a sua vez e voz ao questionar este empreendimento que trás em sua essência a lógica cruel, já conhecida, do agronegócio.
A luta continuará e a disposição é pela a defesa incondicional do Cerrado e do seu Povo