Segundo presidente, esse foi um dos fatores que motivaram atrasos. Ela fez nesta terça vistoria a trechos da obra em estados do Nordeste.
Por Gioras Xerrez e Juliana Braga Do G1 Ceará e do G1, em Brasília
Em visita ao sertão nordestino para vistoriar as obras da transposição do Rio São Francisco, a presidente Dilma Rousseff reconheceu nesta terça-feira (13) que houve atrasos no empreendimento, mas atribuiu a demora para concluir o projeto ao fato de a complexidade da construção ter sido subestimada. Ela não especificou quem subestimou o empreendimento.
“Acho que houve também uma subestimação da obra. Não acredito que uma obra desta, em outro lugar do mundo, leve dois anos para ser feita. Nem tampouco um ano, nem tampouco três. É uma obra bastante sofisticada. Implica num tempo de maturação. Eu não estou negando que houve atrasos. Houve atrasos porque também acho que se superestimou muito a velocidade que poderia ter, minimizando a sua complexidade”, disse a chefe do Executivo.
A construção da obra que levará água do Rio São Francisco a regiões historicamente atingidas pela estiagem começou em 2007. O projeto de transposição tem extensão total de 469 quilômetros e a estimativa é que 11,6 milhões de pessoas sejam atendidas com fornecimento de água em cidades do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
A previsão do governo federal, segundo o ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, é que as obras fiquem prontas até dezembro do ano que vem.
Vistoria
Dilma viajou ao Nordeste nesta terça para vistoriar trechos da obra de transposição do Rio São Francisco em cidades de Pernambuco,Paraíba e Ceará.
Primeiro, ela acompanhou as obras do Túnel Cuncas II, próximo a São José de Piranhas (PB). Segundo o Ministério da Integração, o túnel possui quatro quilômetros de extensão e foi concluído em março deste ano.
Em seguida, a presidente foi visitar a barragem construída em Jati (CE), responsável por levar a água do rio São Francisco ao estado do Ceará.
A última vistoria de Dilma nesta viagem será em Cabrobó (PE), onde, na tarde desta terça, visitará a Estação de Bombeamento 1, responsável por levar a água do rio a localidades com altitude elevada. De acordo com o ministério, a etapa está 83,8% concluída.
Conforme o Tribunal de Contas da União (TCU), o custo total previsto da obra de transposição é de R$ 8,2 bilhões e, até março deste ano, R$ 4,6 bilhões já haviam sido executados (valor sem correção monetária).