No último dia 31 de maio, aconteceu na comunidade quilombola de Fazenda Grande, município de Muquém do são Francisco um encontro das Juventudes Quilombolas, que reuniu jovens de sete comunidades que fazem parte da Articulação Quilombo Liberdade. Essa Articulação é uma organização de comunidades quilombolas dos municípios de Barra, Ibotirama, Muquém do São Francisco, Wanderley e Xique-Xique.
Com o apoio da Comissão Pastoral da Terra, equipe Centro Oeste da Bahia, núcleo da Diocese de Barra, desde 2023, um grupo de jovens quilombolas de algumas comunidades, em especial os/as do quilombo Fazenda Grande, vêm construindo laços e diálogos e por meio de encontros de formação e integração. Como forma de aprofundamento na compreensão sobre o papel das juventudes quilombolas na luta, esse grupo propôs e realizou o encontro com o tema “Direitos das Juventudes Quilombola”. O encontro foi um espaço de trocas de experiências, saberes, articulação e incentivo para o engajamento das juventudes na luta das comunidades, em defesa de seus territórios.


O encontro foi assessorado por Juliana Vaz, mulher quilombola, ativista da causa negra, vereadora e defensora dos direitos humanos, e teve o intuito de refletir e incentivar o acesso aos direitos da Juventude Quilombola. Com palavras afiadas e doces, Juliana trouxe reflexões que tocaram fundo, tais como: “o que é ser quilombola?”, “O privilégio que os brancos têm em detrimento da população negra”, “que potência há na união entre os quilombos”? Sua fala foi como semente em terra fértil, lançada no coração de cada jovem ali presente.
Para dar cor e forma ao encontro, foi utilizada também a Sistematização Gráfica, uma produção simultânea de desenhos e textos na cartolina utilizando pinceis e tintas coloridas se tornando uma ferramenta criativa que deu vida e traduziu em uma linguagem acessível e lúdica as aprendizagens do encontro.



No encontro, os jovens se animaram, se emocionaram e se inspiraram com as experiências trazidas/vividas. Fizeram a conexão com sua identidade e estão em processos de construção de seus caminhos sabendo que merecem ser vistos, ouvidos, respeitados e ter seus direitos garantidos.