A Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Bahia lançará na próxima quarta-feira, dia 20, o relatório anual Conflitos no Campo Brasil 2017, em Salvador. Há 33 anos a CPT registra os dados de violência e dos conflitos trabalhistas, por terra e água no campo brasileiro, incluindo indígenas, quilombolas e demais povos tradicionais.
Em 2017, o Brasil teve o maior número de assassinatos em conflitos no campo dos últimos 14 anos. Foram 71 pessoas assassinadas, dos quais, 31 destes ocorreram em 5 massacres, o que corresponde a 44% do total. Na Bahia foram registrados 10 assassinatos, 9 deles contra quilombolas, sendo 6 mortes em um massacre na comunidade de Iúna, em Lençóis.
Houve também um aumento de 134% de conflitos por água no estado, com 56 casos no ano passado, 32 a mais que em 2016. O conflito que ficou em maior evidência foi em Correntina, no início de novembro cerca de 600 pessoas destruíram parte dos equipamentos de uma fazenda, como forma de protesto, contra os abusos do uso da água em duas fazendas, no distrito de Rosário. Este ato culminou, uma semana depois, em uma manifestação na cidade com a participação de aproximadamente dez mil pessoas a favor do rio Arrojado.
O evento conta com a parceria do grupo de pesquisa Geografar, do curso de pós-graduação em Geografia e Economia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), da Associação de Advogados/as de Trabalhadores/as Rurais (AATR), e do Centro de Estudos de Ação Social (CEAS); e no dia do lançamento terá a participação de integrantes de comunidades atingidas pela violência e conflitos por água e diversas outras entidades sociais.
Serviço:
Lançamento do relatório anual Conflitos no Campo Brasil 2017
Quando: 20 de junho (quarta-feira), às 14h.
Onde: Auditório A do Instituto de Geociências, da Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Mais informações:
CPT Bahia (71) 3328-4672/3328-4683
