Vestidos com sacolas pretas e cruzes nas mãos, agentes da Comissão Pastoral da Terra – CPT e integrantes de entidades parceiras como a AATR, Geografar e Vida Brasil, realizaram na manhã desta sexta-feira (19), um Flash Mob na Praça da Piedade, em Salvador. O objetivo do ato foi denunciar o aumento da violência nos conflitos por terra, água e trabalhista no campo, e mobilizar a população baiana sobre a causa.
O ano de 2016 teve o maior número de conflitos por terra no Brasil nos últimos 32 anos, segundo o relatório Conflitos no Campo Brasil 2016 da CPT. Foram 1.079, uma média de quase três conflitos de terra por dia. Os assassinatos de trabalhadores rurais nestes conflitos foram 61 em 2016, 22% a mais do que em 2015 e maior número desde 2003.
Nestes cinco meses de 2017, já foram registrados 26 assassinatos em conflitos agrários, outros seis estão sendo investigados. Em Colniza, no Mato Grosso, nove camponeses foram cruelmente massacrados no dia 19 de abril passado. Menos de duas semanas depois, pelo menos 13 índios Gamela sofreram bárbaro atentado em Viana, no Maranhão.
Na Bahia em 2016 os conflitos por terra foram 102, um aumento de 76% em relação a 2015. Envolveram 13.543 famílias. Fomos o terceiro estado mais conflitivo do Brasil, igualando ao Pará. Conflitos por água no campo baiano foram 24, com quase 4.000 famílias atingidas. Assassinados nesta luta do campo na Bahia foram quatro: dois quilombolas, um indígena Tupinambá e um ambientalista professor universitário.
Este agravamento dos conflitos e da violência no campo na Bahia e no Brasil está diretamente relacionado à crise política que vivemos. O assalto ao poder da República pelo golpista e ilegítimo governo Temer foi para desmontar os direitos mínimos dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade garantidos pela Constituição de 1988, chamada “Cidadã”. Retrocessos na Previdência Social, no Trabalho, na Educação e na Saúde Públicas, nas Políticas Agrária e Agrícola etc., vêm sendo tramados em prejuízo na maioria do povo brasileiro. Tudo para facilitar ainda mais a exploração pelas grandes empresas nacionais e estrangeiras, a minoria que efetivamente controla o poder.
Não podemos ficar calados e passivos assistindo à desgraça nossa e das futuras gerações, no campo e nas cidades. Temos que nos levantar e impedir tanta violência! Chega! FORA TEMER!
Apoio:
Comissão Pastoral da Terra (CPT Bahia)
Associação dos Advogados de Trabalhadores Rurais (AATR)
Geografar (UFBA)
Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE)
Cáritas Brasileira
Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP)
Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB)
Vida Brasil
Centro de Estudos e Ação Social (CEAS)
Ação Social Arquidiocesana (ASA)
Movimento Rural dos Trabalhadores Sem Terra (MST)
Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE)
Movimento Sem Teto da Bahia (MSTB).