No dia 13 de abril, próxima segunda-feira, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) lançará sua publicação anual, Conflitos no Campo Brasil 2014. É a 30ª edição do relatório que reúne dados sobre os conflitos e violências sofridas pelos trabalhadores e trabalhadoras do campo brasileiro, neles inclusos indígenas, quilombolas e demais povos tradicionais. O lançamento se realizará na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, a partir das 14h.
Estarão presentes ao lançamento o presidente da CPT, Dom Enemésio Lazzaris, membros da coordenação executiva nacional da CPT, representantes da CNBB, o professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Carlos Walter Porto-Gonçalves, um indígena, representante do Acampamento Indígena que se instalará em Brasília, e um representante do Acampamento Dom Tomás Balduino, despejado das terras da fazenda do senador Eunício de Oliveira, em março último.
Aumento dos assassinatos e das tentativas de assassinato
O relatório de 2014 destaca o número de assassinatos em conflitos no campo, 36, dois a mais que no ano anterior, quando foi registrado o assassinato de 34 pessoas. O que chama a atenção em 2014 é que, diferentemente dos anos anteriores, em que se destacava entre os assassinados indígenas e quilombolas, o alvo principal em 2014 foram sem-terra (11); assentados (8); posseiros (7). Mas foi o número de tentativas de assassinato que apresentou o crescimento maior, de 273%. Passaram de 15 em 2013, para 56 em 2014.
30 anos do Conflitos no Campo Brasil
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) comemora nesse ano de 2014, seus 40 anos de criação e 30 anos da publicação Conflitos no Campo Brasil, registro único no país dos casos de conflitos no meio rural. Em 30 anos da publicação, a CPT registrou perto de 30 mil conflitos no campo, envolvendo em torno a 20 milhões pessoas.