A Comissão Pastoral da Terra – CPT do núcleo de Ruy Barbosa (BA) realizou nos dias 27 e 28 de fevereiro, a ampliada de planejamento para o ano de 2018. Participaram do evento trabalhadores e agentes de pastorais das cidades de Nova Redenção, Ruy Barbosa, Itaberaba, Mairí, Mundo Novo, Baixa Grande, Wagner, Lajedinho e Piritiba, além de representantes de Sindicatos dos Trabalhadores Rurais.
Na abertura da ampliada os participantes fizeram uma análise de contexto provocada por Tiago Rodrigues Santos, professor da Universidade Federal do Recôncavo Baiano – UFRB e militante do Geografia nos Assentamentos na área Rural – GEOGRAFAR. Para guiar o debate foram feitas perguntas norteadoras como: O que é uma analise de contexto? Por que fazer? Quem faz? Quais os elementos da análise? Que levaram a discussão sobre o golpe 2016, as perdas de direitos (trabalhista e da previdência), a denúncia do Presidente Temer pelo Ministério Público como chefe de quadrilha, a condenação do ex- Presidente Lula, os ataques aos movimentos sociais, a cultura do ódio, assim como a paralisação da reforma agrária.
Em seguida, o Padre Pedro Pinheiro apresentou uma reflexão sobre as eleições de 2018, os desafios no pós- golpe. À tarde, foi realizado o planejamento do ano de 2018, e uma das preocupações foi com a bacia do Rio Paraguaçu que vem sofrendo com os impactos do agronegócio.
No encerramento da ampliada Edinaldo Oliveira, agente da CPT, falou sobre a Campanha da Fraternidade 2018 que traz como tema: “Toda violência exclui, toda violência mata”. O aumento no índice de violência no Brasil motivou a escolha deste tema por parte dos bispos. A taxa de homicídios no país é mais alta do que em países como a Síria, uma nação que está em guerra.
Em 1983 a Campanha da Fraternidade abordou a mesma temática e se constatou que no Brasil havia uma carência de mapear as zonas de maior incidência da violência, e o fruto desta campanha foi a criação de instrumentos que garantissem este panorama.
A Campanha deste ano faz uma reflexão a partir de duas perspectivas: a violência direta, como homicídios, assaltos e agressões; e a violência cultural, como a intolerância religiosa e o preconceito racial, ações que são cometidas e inseridas em nosso dia-a-dia e na nossa cultura sem ao menos percebermos.
Texto e foto: Tiago Aragão – CPT Bahia/ Centro Norte