A Comissão Pastoral da Terra (CPT) da região Sul/ Sudoeste realizou no último sábado (27), a formação sobre direitos e protagonismo da mulher camponesa nas comunidades quilombolas de Vereda dos Cais e Lagoa do Mato, em Caetité (BA).
O encontro contou com a participação de 70 pessoas e teve como objetivo organizar e fortalecer o protagonismo das mulheres do campo. A maioria da população das comunidades são mulheres, e elas são responsáveis pelo trabalho político, organizativo, produtivo, entre outros. Apesar disso, muitas delas se tornam invisíveis perante as relações machistas decorrente da estrutura patriarcal.
A formação teve a contribuição de Marta Mamédio, militante do Levante Popular da Juventude; Eugênia da Silva Pereira, professora da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e militante feminista da Consulta Popular; e Marinalva Nunes Fernandes, professora da Uneb que já fez militância nas Comunidades Eclesiais de Base (CEB) e também integra a Consulta Popular.
Na programação do encontro, houve momentos de escuta, diagnóstico sobre a realidade das camponesas, a problematização sobre o trabalho doméstico, enquanto função exclusiva da mulher, e da violência doméstica. Por fim, tratou-se sobre a conjuntura política e os desafios das mulheres camponesas nesse momento histórico.
Para Maria Deuza de Jesus, “a formação é muito importante, pois é mulher falando para mulher. E nós precisamos falar dos nossos problemas”, ressalta. Já a Marinalva destacou que os avanços e conquistas para as mulheres só aconteceram a partir de muitas lutas.
A Comissão Pastoral da Terra seguindo a sua missão pastoral tem como compromisso fortalecer a formação dos camponeses e camponesas para que eles assumam o protagonismo da luta pela defesa e conquista da terra e do território. E nesta luta é importante criar condições para que as camponesas obtenham condições de igualdade para a construção do Bem Viver.