Segundo deputado estadual Frei Anastácio, Tânia Maria foi perseguida por policiais militares e sofreu agressões verbais. O fato ocorreu após a agente fotografar a viatura da PM que estaria prestando segurança privada a uma área rural. O parlamentar ainda denuncia que um policial civil tem prestado serviço de “capangagem” a fazendeiro da região
O deputado estadual da Paraíba Frei Anastácio, líder do PT na Assembleia Legislativa, solicitou providências ao comando geral da Polícia Militar (PM), sobre agressões verbais e abuso de autoridade cometidas contra a agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT) Paraíba, Tânia Maria de Sousa, no dia 14 de junho de 2014, no distrito de Livramento, em Santa Rita, por parte de policiais que estavam na viatura PM de número 5309, entre às 16 e 17 horas. “Estou enviando ofício ao secretário de segurança e espero que as providências sejam tomadas”, disse o deputado.
Segundo Frei Anastácio, dois policiais, sendo um identificado por Valdir, realizaram perseguição, com a viatura da PM, à agente da CPT quando a mesma se deslocava ao distrito de Livramento, simplesmente, pelo fato dela ter feito uma fotografia da viatura que se encontrava prestando segurança a uma área privada, onde vários homens já estão sob o comendo dos proprietários da fazenda.
“Depois de interceptar o carro da agente da CPT, os dois policiais a agrediram com palavras, querendo saber os motivos que a levaram a fazer as fotografias da viatura. Os dois policiais só diminuíram o tom de ameaça verbal, contra a religiosa, depois que ligaram para os superiores e foram informados que não é proibido fazer fotos de viaturas da PM”, relatou o deputado.
O parlamentar afirma que esse tipo de atitude é inadmissível. “Outro fato que chama a atenção é o que levou essa viatura a uma área privada, onde permaneceu por mais de duas horas, e porque os policiais agiram com tanta truculência contra a representante de um movimento social que luta pela melhoria da qualidade de vida de trabalhadores rurais”, indagou o deputado.
Capangagem de policial civil
Frei Anastácio também está enviando ofício ao secretário de Segurança Pública da Paraíba solicitando investigação da participação do escrivão da Polícia Civil Beethovem Dout Gomes, no serviço de “capangagem”, na região de Mogeiro. “Esse escrivão foi visto comandando mais 10 capangas da fazenda Paraíso, em Mogeiro, no dia 16 de junho de 2014. Ele está sendo apontado pelos trabalhadores como o novo Sérgio de Sousa Azevedo, que comandava capangas na região”, disse o deputado.
Frei Anastácio relatou ainda que o escrivão estava armado, sob o comando do proprietário da fazenda, José Guilherme, e os outros homens. “Eles chegaram a se aproximar de um grupo de posseiros, que estava em reunião rotineira e provocaram intimidação. Quando os posseiros se dirigiram ao grupo para saber os motivos da presença de tanta gente ali, eles recuaram sem dar explicação”, destacou.
O petista solicita que seja apurado, com rigor, o que esse escrivão, que já foi notificado por se negar a atender a queixas de trabalhadores na delegacia de Mogeiro, fazia no local sem apresentar nenhum documento que justificasse a presença dele na fazenda.