Entre os dias 28 e 30 de outubro, o Estado do Piauí será palco do Encontro de Comunidades e Povos do Cerrado. O evento, que traz como tema “Das re-existências brotam a vida”, objetiva promover o diálogo e a troca de saberes entre comunidades, povos tradicionais e movimentos sociais que lutam pela preservação do Cerrado, berço das águas e fonte de vida.
Organizado pela Articulação do Cerrado, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), com o apoio da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), Misereor, Grassroots International e HEKS EPER: Bread for All, o encontro se inspira nos elementos-chave do Cerrado: Terra e Território, Sementes e Água, além de sua essencialidade: os Povos. A programação foi cuidadosamente elaborada para refletir sobre essas temáticas e conta com diversas atividades que fortalecem o senso de identidade, organização, resistência e união das comunidades.
“O Encontro será o espaço em que vamos reunir povos de várias realidades do Cerrado brasileiro, promovendo um grande diálogo entre experiências de vida e luta. É o momento de fortalecermos nossos corpos como resistências vivas. A nossa expectativa é, sobretudo, apresentar, promover e articular os nossos modos de vida de povos cerradeiros”, explica a agente pastoral e uma das organizadoras do evento, Simone Oliveira, da Articulação do Cerrado | CPT.
Programação
As atividades incluem rodas de conversas relacionadas aos temas centrais e a tradicional Fila do Povo, proporcionando um espaço de escuta e compartilhamento de experiências sobre as lutas, desafios e conquistas em defesa do Cerrado pelas comunidades. “Será um momento de fortalecimento de nossa organização enquanto povos e comunidades do Cerrado, de compartilhar saberes e experiências. De mostrar o nosso resistir e reafirmar que a nossa luta é coletiva”, reflete Ariomara Alves, do Coletivo de Povos e Comunidades Tradicionais do Cerrado do Piauí.
Além disso, serão realizadas cinco oficinas temáticas, abordando temas essenciais para o fortalecimento das comunidades. Os participantes deverão escolher entre as oficinas “Mulheres e geração de renda”, “Juventudes e defesa dos territórios”, “Agroecologia e os impactos dos agrotóxicos”, “Autocuidado, cuidado coletivo e segurança” e “Comunicação Popular do Cerrado” e realizar sua inscrição durante o evento.
Um dos momentos mais aguardados do Encontro é a Feira e Troca de Sementes e Produtos do Cerrado, com o tema: “Saberes e Fazeres das Re-existências”. Segundo Ariomara, a feira será um espaço para a troca de sementes crioulas, a partilha de saberes tradicionais e a comercialização de artesanato e produtos cultivados pelas comunidades do Cerrado, reafirmando a importância da soberania alimentar e do cuidado com a terra. Também, funcionará como vitrine das riquezas do Cerrado e de seus povos, com apresentações de música, dança e poesia, entre outras manifestações culturais. De acordo com a organização do evento, cada pessoa interessada em expor seus produtos, beneficiados por frutos do Cerrado, deve entrar em contato com a coordenação ou com agentes pastorais da regional da CPT que acompanha sua comunidade.
O evento reforça a necessidade de fortalecer as redes de apoio e articulação entre os povos do Cerrado, promovendo uma reflexão profunda sobre as re-existências que continuam a brotar frente à violência, preservando a vida e a dignidade das comunidades que resistem na defesa de seus direitos, de seus modos de vida e culturas, e de sua permanência em seus territórios.
Mais informações:
(74) 9954-9503 / [email protected] (Diosvaldo Filho | Comunicação da CPT Bahia)