Teve início nesta terça-feira, dia 01, o mutirão da Comissão Pastoral da Terra – CPT Bahia nas comunidades dos municípios de Caetité e Pindaí. Entre as atividades do evento, que segue até a próxima sexta-feira, dia 04, estão reuniões e visitas às famílias acompanhadas pela CPT com o objetivo de debater a conjuntura política e discutir o atual modelo mineral.
No primeiro dia, além da visita, também ocorreram três reuniões nas comunidades de Açoita Cavalo, Cachoeira e Brejo. Em todas elas houve um consenso sobre o grave momento político e econômico que circundam os trabalhadores/as, sendo a prisão de Lula uma expressão da injustiça e delicadeza da conjuntura.
Para João Bispo, morador da comunidade de Açoita Cavalo, a prisão de Lula é muito triste, “só estão fazendo isso com ele, porque foi o melhor presidente que tivemos e queremos ele de volta”. Já Maria de Souza da comunidade de Cachoeira, questiona: “Por que tiraram Dilma e prenderam Lula, e estão deixando esse cara (Temer) que está fazendo mal a todo mundo?”
Para os trabalhadores/as está cada vez mais evidente o papel da rede globo neste momento político, em especial na perseguição ao ex-presidente Lula. Segundo Bispo, “a prisão de Lula é política, pois, até hoje não houveram prova contra ele e a globo é a que mais quer a prisão, pois, ela é uma das maiores sonegadoras de impostos do Brasil”.
Simone Silva, do Movimento pela Soberania Popular na Mineração – MAM, destacou que além da preocupação na defesa da liberdade de Lula e do povo ter um candidato a presidente, é preciso estar atento com o congresso e com um projeto popular para o Brasil. “As emendas e projetos de lei que estão destruindo os direitos dos trabalhadores estão sendo conduzidos por alguém, e muitos desses são deputados da região, como é o caso de Arthur Maia que foi relator da reforma da previdência e tem muitos votos por aqui. É preciso não se enganar com os sorrisos e tapinhas no ombro que daqui para frente será cada vez mais comum, e saber quem está e esteve ao lado do trabalhador. E mais importante, é preciso falarmos sobre qual projeto de sociedade queremos”.
Além da conjuntura política, foram discutidos os conflitos envolvendo a instalação do projeto Pedra de Ferro da Bahia Mineração – BAMIM e os impactos nas comunidades. Carla Silva, moradora de Açoita Cavalo, falou da ausência da empresa durante esses últimos tempos, em que só se aproxima quando o momento lhe interessa. “Quando estavam fazendo algumas atividades que exigia, por exemplo, o uso de explosivo que anos atrás provocou sérios danos as comunidades, eles apareceram com conversas bonitas e sorrisos encantadores, somente foi passar as atividades que a empresa não deu as caras nas comunidades. A gente sabe que eles só querem tirar o nosso sossego”. Na comunidade de Brejo, Celma Prates, ressaltou que é preciso mais informações ao povo para ajudar na luta por direitos, em especial na defesa do território para proteção da água.
Durante as atividades foi perceptível que mesmo em tempos difíceis o povo mantém em pé o ânimo para continuar na luta, e para isso, é preciso confiança. Como diz a frase de Dom Helder Câmara, “eu acredito que o mundo será melhor, quando menor que padece acreditar no menor”.
Equipe de comunicação CPT Bahia – Sul/Sudoeste