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CPT BAHIA

FESTA DE CONCLUSÃO DA 7ª TURMA DA ESCOLA DE FORMAÇÃO DE LIDERANÇAS POPULARES É MARCADA POR COMPROMETIMENTO E EMOÇÃO

Nos dias 29 e 30 de novembro de 2024 a 7ª turma da Escola de Formação de Lideranças Populares – Liderar, da CPT Centro Norte da Diocese de Bonfim, realizou a 8ª e última etapa do curso, com o tema: Bem Viver e Agroecologia, facilitados por Marina Rocha (CPT de Juazeiro) e Jardel Pacheco (Prof. e Doutor em Agroecologia).

Com diversas místicas realizadas ao ar livre, em conexão uns com os outros e com a natureza, refletindo e conhecendo a história dos inspiradores – Chico Mendes, Ana Primavessi e Marçal de Souza, lutadores e defensores dos biomas, da agroecologia e da vida. 

Na etapa discutiu-se tanto o tema do Bem Viver quanto o tema da agroecologia, numa perspectiva de defesa da vida e da luta pela igualdade em defesa da Casa Comum. No primeiro dia, Marina Rocha apresentou o que é Bem Viver e as diferenças entre o bem-estar, este último está ligado à forma que os seres humanos consomem a natureza, colocando-se de forma separada, como se não fossem parte dela, podendo retirar os recursos de forma cuidadosa ou até mesmo predatória. O bem viver é a harmonia entre todos os seres, em uma compreensão de planeta Terra como um organismo vivo em que “tudo está interligado”, como chama a atenção o Papa Francisco na encíclica “Laudato Si”. 

No segundo dia de formação Jardel dialoga com a turma sobre a agroecologia, apresentando conceitos, teorias e práticas acerca do tema, provocando a turma a pensar sobre a luta de classe, defesa dos direitos, proteção da natureza e luta por uma sociedade justa e igualitária. 

A etapa foi marcada por muita emoção, como mostram Anita Andrade da Silva e Paulo Ferreira da Silva em seus depoimentos:

“Pra mim, o Liderar foi uma experiência maravilhosa, já sendo da 7ª turma e tendo como exemplo também o meu pai que foi da primeira, para mim, o Liderar foi uma experiência incrível, cheia de aventura, novos conhecimentos e uma experiência que eu vou levar pra sempre, foi importante para mim, foi importante também para o meu pai como já dito foi da primeira turma, está muito feliz d’eu está concluindo também nessa etapa da minha vida que vai ser levada pelo resto da minha vida pessoal, minha vida futura e é de grande importância, só agradecer a todos” (Anita Andrade, 30 de novembro de 2024). 

“Passando aqui pra agradecer por tudo, por essa atenção, esse apoio, o convite de você ter nos convidado pra fazer parte dessa turma do Liderar, quero dizer que estou muito feliz, muito feliz mesmo e pedir desculpa se em alguns momentos eu cometi alguma falha e dizer também que gostei muito de ver esse trabalho tão transparente, tão bonito, tão com amor que vocês faz[em] em nome aí do Acampamento União, do MPA a gente agradece mesmo a CPT, enfim […], que no próximo ano o acampamento juntamente com movimento MPA é de estar formando mais turmas pra levar pra CPT. Tá bom, muito obrigado mesmo, muito obrigado, tô feliz porque tem 10 anos que eu conquistei um certificado e agora tive essa linda e maravilhosa oportunidade que você da CPT, do MPA, acampamento me deu essa oportunidade, muito obrigado mesmo” (Paulo Ferreira, 30 de novembro de 2024).

A etapa foi marcada pela presença de Dom Hernaldo Farias (Bispo da Diocese de Bonfim) e celebrada pelo Pe. Luís Junior das Pastorais Sociais. Na noite do dia 30, a turma, além dos os convidados, familiares, assessorias e Comissão Político Pedagógica-CPP (CPT, organizações e movimentos sociais), celebraram a conclusão do curso, com muita alegria, em que os liderandos afirmam o engajamento nas comunidades e organizações, recebem o certificado e assumem o compromisso com a causa dos empobrecidos ao colocar no dedo, o anel de tucum, símbolo do amor as causas dos oprimidos. 

A Agroecologia visa uma sociedade em que as relações sociais devem ser justas, que para além da produção sem agrotóxicos e do cuidado com a terra, a vida seja valorizada em primeiro lugar, e o Bem Viver dialogue sob a ótica da abundância na terra numa expressão da vida, em que a justiça, a igualdade, o uso da terra entejam em função do bem comum. Sendo ambos construções socias em que visam a transformação da sociedade em que todas as pessoas tenham uma vida digna, seja no campo ou na cidade.

Fotos: arquivos Liderar/CPT-Bonfim

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