A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou nesta quarta-feira, 05/03/14, a Campanha da Fraternidade (CF), que este traz o tema “Fraternidade e Tráfico Humano” e o lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1). Como em todos os anos, a abertura da Campanha acontece na quarta-feira de cinzas, quando se inicia a Quaresma, período forte de oração, jejum e penitência que antedê a Páscoa.
O objetivo geral da Campanha da Fraternidade de 2014 é “identificar as práticas de tráfico humano em suas várias formas e denunciá-las como violação da dignidade e da liberdade humanas, mobilizando cristãos e pessoas de boa vontade para erradicar
este mal com vista ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus”. Além disso, a CF pretende identificar as causas e modalidades do tráfico humano e os rostos que sofrem com essa exploração, bem como denunciar as estruturas e situações causadoras do tráfico de pessoas; reivindicar políticas e meios para a reinserção dos atingidas na vida familiar e social; suscitar, à luz da Palavra de Deus, a conversão que conduza ao empenho transformador dessa realidade aviltante da pessoa humana e celebrar o mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo, sensibilizando para a solidariedade e o cuidado às vítimas desse mal.
O tráfico humano é o terceiro delito cometido no mundo que mais gera recursos, ficando atrás somente do tráfico de armas e de drogas. De uma cidade para outra, centenas de pessoas são transportadas todos os dias com a promessa de uma vida melhor. As quadrilhas, apontadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) como muitas e pequenas, aliciam especialmente mulheres e crianças para a prostituição. Um levantamento da PRF aponta que existem no Brasil 1.800 pontos vulneráveis à exploração sexual, localizados às margens das rodovias.
Além de ser conhecido como “fornecedor” de pessoas devido ao grande número de seres humanos traficados, o Brasil funciona como uma porta aberta por onde entram diariamente centenas de pessoas vítimas de aliciadores. São homens, mulheres, jovens e crianças que, após serem enganados, chegam à cidade pelo aeroporto Luís Eduardo Magalhães ou ainda pela rodoviária de Salvador, por exemplo, com passaportes e documentos falsificados por traficantes. A falta de informação e as diferenças sociais favorecem para que muitas pessoas caiam em redes de escravidão e exploração.