O tema da Campanha da Fraternidade 2015 (CF) – Fraternidade: Igreja e Sociedade – foi divulgado, na quarta-feira, 18, pelo arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, dom Murilo Krieger. Em coletiva, o arcebispo falou sobre a importância do incentivo à solidariedade e comentou assuntos polêmicos abordados recentemente pelo papa Francisco.
A campanha é um movimento anual realizado pela Igreja Católica no período da quaresma – tempo em que os cristãos jejuam e refletem sobre os próprios atos, na busca da reconciliação com Deus. Segundo dom Murilo Krieger, o objetivo deste ano é disseminar boas ações e estreitar o relacionamento da Igreja com os leigos.
Vinte e duas pastorais estarão realizando visitas a enfermos, encontros, palestras, refeições para grupos de famílias, entre outras atividades até a Páscoa.
“Esse tema significa que a Igreja tem que participar da vida da comunidade. Ela não pode viver indiferente. As pessoas são necessitadas e cabe a nós irmos ao encontro delas com a nossa ajuda e nossa disponibilidade”, afirmou o arcebispo.
A ação comum entre as pastorais e a Arquidiocese será a 30ª Caminhada Penitencial, que acontece no dia 8 de março (terceiro domingo da quaresma). De acordo com padre Valter Ruy, coordenador de eventos da Arquidiocese, são esperadas 120 mil pessoas.
Às 6h30 do próximo dia 8, missas serão celebradas simultaneamente na Basílica Nossa Senhora da Conceição da Praia, localizada no Comércio; e nas paróquias Nossa Senhora das Dores, situada no Lobato, e Nossa Senhora dos Mares, no bairro do Uruguai.
Após as missas, os fiéis do Comércio e do Lobato seguirão em procissão para a Igreja do Senhor do Bonfim, onde receberão a bênção de dom Murilo Krieger.
Francisco
Na coletiva, o arcebispo comentou o primeiro encontro do papa com um grupo gay norte-americano. Na quarta, 50 membros de uma organização dos Estados Unidos que luta pelos direitos homossexuais na Igreja Católica participaram da audiência semanal do pontífice, no Vaticano.
Questionado sobre a possibilidade de o encontro simbolizar o início de uma mudança de conceitos, dom Murilo manteve um posicionamento conservador.
“Quem conhece a Igreja e o catolicismo sabe que não cabe à Igreja julgar nem discriminar ninguém. Acolher, respeitar, não significa que está tudo bem, que vai continuar tudo assim”, disse.
Ele ainda falou sobre a declaração do papa Francisco, no último dia 5, a favor de palmadas como forma de disciplinar crianças. Segundo o pontífice, o ato pode ser adotado desde que não afete a dignidade dos menores.
“Certamente, ele falou como um avô falaria, de maneira informal. Ele é o primeiro a ser contra a violência e acredito que nunca tenha dado palmadas em ninguém. O ato não se trata de uma doutrina”, defendeu.
Sobre o aleitamento materno em público, o religioso acredita que as crianças com fome podem ser amamentadas, mas de forma discreta e sem destaque.
Matéria do Jornal A Tarde, publicada em 19 de fevereiro de 2015