Acesse o Caderno de Conflitos no Campo Brasil 2023

CPT BAHIA

Intercâmbio entre comunidades impactadas pela Bamim e Fiol termina em mobilizações

Mais de 300 pessoas de 20 organizações participaram do intercâmbio entre as comunidades dos municípios baianos de Caetité, Pindaí e Ilhéus, impactadas pela Bahia Mineração (Bamim) e as obras da Ferrovia de Integração Leste Oeste (Fiol). O encontro, que aconteceu nos dias 4 e 5 de março, discutiu de que forma as comunidades podem enfrentar as empresas para garantir seus direitos.

Manifestação dos moradores da comunidade de Serragem, em Caetité-BA
Manifestação dos moradores da comunidade de Serragem, em Caetité-BA

Dentre os impactos relatados pelos moradores está a destruição de inúmeras propriedades agrícolas produtivas e da vegetação nativa, isolamento de populações por conta de irregularidades nas obras que provocaram fechamento de estradas, barulho constante e poeira.DSCN0999

Os moradores contam ainda que precisam ficar do lado de fora das suas residências durante as detonações realizadas nas obras e que muitas casas estão com rachaduras ou foram atingidas por pedras lançadas durante as explosões. Ao procurar a Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. responsável pela obra, foram informados que apenas quando o trecho for concluído as propriedades serão avaliadas para um possível ressarcimento dos prejuízos.

Manifestação

Insatisfeitas com a situação, na manhã do dia 5 de março, mais de 60 pessoas da comunidade de Serragem, do município de Caetité, paralisaram o trânsito nas estradas utilizadas pelas empresas a serviço da Valec, reivindicando melhoria como a manutenção das estradas deterioradas que isolaram as famílias da comunidade. Em resposta aos manifestantes, a Valec e a Andrade Gutierrez marcaram uma reunião com os moradores para o dia 9 de março.

Manifestação dos moradores da Comunidade de Curral Velho, Caetité-BA
Moradores da Comunidade de Curral Velho, Caetité-BA

Da mesma forma, cerca de 100 moradores da comunidade de Curral Velho, também em Caetité, paralisaram o trânsito no trecho da ferrovia que mais está impactando a comunidade com o uso de explosivos. Os manifestantes exigem indenizações pelos prejuízos, paralisação das atividades noturnas e redução da poluição sonora. Como não obtiveram negociação com a Valec, decidiram continuar as manifestações em outros pontos da obra.

Gostou desse conteúdo? Compartilhe