Jogar em favor da vida e, para quem é cristão, participar de mais uma
CAMPANHA DA FRATERNIDADE SOBRE A LIBERDADE, significa, antes de mais nada:
- abrir os olhos ver as causas, de um mundo onde, sobretudo as mulheres e
os trabalhadores rurais e urbanos não integrados às agroindustrias, são vitimas dos “mercadores da morte”;
- estes mercadores, são cada vez mais organizações e entidades privadas,
apoiadas e promovidas pelo atual sistema capitalista. A maioria dos partidos,
governos e da máquina do estado, com a desculpa esfarrapada de que não têm alternativas, as promovem e apoiam e recebem delas o dinheiro para comprar os votos e outras vantagens;
- o estado, com uma mão tenta fazer leis repressivas sobre tráfico e escravidão, com outra, financia e promove esse mercado total. Como acontece no agronegócio, no olho fechado diante do mercado das drogas e dos agrotóxicos, na concentração das terras e na degradação e privatização da água, no abuso dos corpos, sobretudo das mulheres e crianças, nos lucros a qualquer custo.
Triste é a omissão e o desinteresse de muitas igrejas cristãs e comunidades que
promovem muitos atos religiosos. Resta ainda, como ao profeta Elias, “um longo caminho a percorrer” para comunidades, ministros ordenados, pastores e padres, congregações religiosas, leigos/as assumirem, neste campo e nas pastorais sociais em geral, a convicção de que a primordial evangelização, é a inserção e a resposta na ação diante deste mundo atual, onde o evangelho deve ser boa noticia a quem dela precisa. Caso contrário, arrisca ser reduzido a endoutrinamentos e ritos vazios.
Luciano Bernardi, frei franciscano da COMISSÃO PASTORAL DA TERRA da Bahia