A Comissão Pastoral da Terra (CPT) da região Centro Norte, Diocese de Senhor do Bonfim, realizou entre os dias 28 e 30 de abril, a primeira etapa da 5ª Turma da escola de Formação de Lideranças – Liderar, na sede da Associação Regional de Economia Solidária – Aresol, em Monte Santo (BA).
O evento contou com a participação de 36 jovens ligados aos movimentos sociais, a Escola Família Agrícola, pastorais e entidades da regional de Bonfim, Jacobina e Monte Santo. No primeiro momento, os agentes Antônio Célio de Castro e Cleriston Oliveira fizeram um aprofundamento sobre a “Espiritualidade Libertadora”, onde o foco foi o trabalho social da igreja a luz da teologia da libertação. Na apresentação, também abordaram a espiritualidade vivenciado por Jesus, na perspectiva da fé encarnada, ligando a fé à ação do nosso dia a dia, na vivência da militância presente nas comunidades.
Segundo os agentes, o ser humano precisa estar sempre conectado com o transcendente, afinal é através dessa ligação e renovação que alimentamos a nossa fé para continuar na luta e ao encontro do próximo, no mais necessitado “o Samaritano”. Essa espiritualidade libertadora é o que faz esses movimentos sociais estarem ligados à Teologia da Libertação, pois além da consciência de que os direitos humanos precisam ser garantidos, existe a certeza de que Deus se manifesta nas lutas do povo, pois, se seu Reino consiste na vida em abundância para todos e todas.
Além do exemplo de espiritualidade da vida de Jesus, pessoas como Dom Oscar Romero, Dom Helder Camara, Pedro Casaldaliga, Ir. Dulce, Madre Tereza de Calcutá, Margarida Alves e Papa Francisco, foram lembradas como exemplos de pessoas, que assim como Jesus, se doaram e se doam pela organização e defesas dos marginalizados.
No segundo momento de formação da escola, ao professora Laurinda Julião junto com os liderando aprofundaram o projeto de vida. Nessa perspectiva da metodologia, fez-se uma ligação da vivência comunitária com o processo de formação da nova turma de Liderar. Durante os três dias do encontro, houve um momento de troca de experiências entre a turma, em que ficou perceptível a boa vontade de fazer a diferença em cada lugar, de forma especifica de onde cada um vem e traz consigo a sua história e o desejo de mudança.
Nas discussões, ficou claro o papel do militante: aprender a fazer a leitura da realidade e a partir daí fazer essa intervenção em parceria com a organização local. Como tarefa concreta da etapa os liderando retornam para as comunidades com o compromisso de fazer o estudo de uma problemática local e na próxima etapa apresentar os resultados. Para Larissa Alves Soares, participante da formação, essa foi uma etapa muito importante para a valorização do papel do jovem na sociedade atual. “Essa formação fortaleceu a ideia do protagonismo dos jovens dentro das comunidades e fez amadurecer a importância e a força da militância para a vida da juventude camponesa”, concluiu.
Equipe Centro Norte/ CPT Bahia.
