Neste domingo (3), foi realizada a homenagem ao frei franciscano Luciano Bernardi, da Comissão Pastoral da Terra – Bahia; a leitura dos comprometimentos assumidos pelos plenarinhos Terra e Território, Fé e Política, Rio São Francisco e outras bacias, Juventudes e Crianças; e a divulgação da Carta da 45ª Romaria da Terra e das Águas marcaram a Missa da Ressurreição e dos Compromissos e Envio. A celebração, presidida pelo bispo de Bom Jesus da Lapa, dom João Santos Cardoso, encerrou o evento.
No início da cerimônia, representantes das plenárias acenderam as velas coloridas, referentes a cada um dos temas. Regina Micaré e Carlos José, pais do jovem indígena Maicon Pataxó, morto por negligência do sistema de saúde, foram os responsáveis pelo grupo Terra e Território. Participantes da romaria pela primeira vez, eles disseram que o evento lhes deu esperança de poder fazer com que a violência cesse e os povos originários sejam mais respeitados.
“Foi gratificante participar da plenária. Vamos levar grandes experiências daqui não só para a nossa aldeia, mas para os demais territórios”, disse Carlos, liderança indígena, em Prado, no Sul da Bahia.
Frei Luciano foi homenageado por ter completado 50 anos de sacerdócio. Nascido na Itália, ele veio para o Brasil em 1975 para trabalhar em Guaraniaçu, no Paraná. Oito anos depois foi transferido para a diocese baiana de Rui Barbosa. De lá para cá, participou de 40 romarias, sendo em uma delas percorreu a pé os 516 quilômetros que separam Itaberaba e Bom Jesus da Lapa. A síntese de seu trabalho é expressada pelo verso “É missão de todos nós, Deus nos chama eu quero ouvir a sua voz”.
A seguir, foram lidos os compromissos das plenárias, que incluem a luta e resistência por terra e territórios; a transformação social e a denúncia de tudo que destrói a vida; a busca pelos direitos da natureza, das águas e dos rios; a retomada das atividades e o fortalecimento das juventudes empobrecidas; e o compartilhamento do amor às crianças e à natureza.
A leitura da Carta da 45ª Romaria da Terra e das Águas, na qual os romeiros celebram a vida, repudiam “esse projeto de morte, destruição e de profunda exploração contra os marginalizados” e renovam a esperança de liberdade e de fortalecimento da casa comum. Carta na íntegra: https://cptba.org.br/wp-content/uploads/2022/07/Carta-da-45a-Romaria-da-Terra-e-das-Águas_final.pdf
Por: Paulo Oliveira/ Meus Sertões – colaboração com a CPT Bahia
Fotos: Thomas Bauer – CPT Bahia/ H3000