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CPT BAHIA

MST ocupa fazendas, faz marchas e bloqueia BR

O discurso político do ex-presidente Lula, após ser conduzido de forma coercitiva para depor na última sexta-feira dentro da Operação Lava Jato, ampliou os protestos que o Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) pretendia fazer em março quando, tradicionalmente, ocorre a jornada das mulheres da entidade. A militância bloqueou rodovia, promoveu marchas em várias cidades baianas, inclusive em Salvador e ocupou mais três fazendas nesta terça, 8.

“O objetivo é cobrar a punição dos responsáveis pelo massacre de Eldorado dos Carajás e do companheiro Fábio Santos, morto em Iguaí 2 de abril de 2013. Estamos também nos solidarizando com o ex-presidente Lula e os movimentos sociais que vem sendo perseguidos e criminalizados”, disse o coordenador do MST na Bahia, Evanildo Costa. Segundo ele, 11 mil mulheres participaram das ações.

Pela manhã um grupo de militantes bloqueou a rodovia BR-101, quilômetro 835, no município de Itamaraju. Pneus foram queimados provocando engarrafamentos nos dois sentidos. Caminhadas foram realizadas nas cidades de Ipiaú, Juazeiro, Itabuna, Ibirapitanga e Feira de Santana. Duas fazendas foram ocupadas na Chapada Diamantina e uma estação experimental abandonada da Odebrecht em Abaré As manifestações devem prosseguir ao longo da semana.

Defesa de Dilma
Não há previsão dos militantes realizarem ato no domingo, data de manifestações convocadas para protestar contra a presidente Dilma Rousseff. “Vivemos numa democracia. Quem votou em Aécio (Neves, candidato à presidente derrotado por Dilma) tem o direito de se manifestar. Nossa mobilização é contra essa tentativa de criminalizar o companheiro Lula e as esquerdas do Brasil”, declarou Evanildo. Indagado se os atos de bloqueio de rodovias e ruas das grandes cidades não poderia ser um tiro no pé, já que provoca muita insatisfação das pessoas presas, Evanildo acha que não: “elas vão entender”.

Em Salvador centenas de mulheres militantes do MST fizeram caminhada do Campo Grande à Praça Castro Alves na tarde desta terça.

Elisabete Rocha, da coordenação estadual do MST, informou que outras entidades sociais também participaram das ações como a Marcha das Mulheres, o Movimento Negro Unificado e UNE.

Ela disse que as entidades reprovam as medidas da presidente Dilma Rousseff em relação à questão fundiária. “Depois da eleição de 2014, nenhuma das 120 mil famílias que prometeram assentar ganharam terra e houve um corte de 70% no Incra. É uma política contra o trabalhador. Fazemos a crítica mas no entanto defendemos Dilma contra o golpe do impeachment”.

Por Biaggio Talento

Publicado no A Tarde em 08/03/2016

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