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CPT BAHIA

O milho que você consome sem saber a origem

O consumidor brasileiro não tem segurança se o milho que consome é livre das modificações genéticas

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Pamonha, canjica mingau, pipoca, bolo, mugunzá, broa, cuscuz e lelé. Nos festejos juninos do nordeste brasileiro, a lista de iguarias feitas a base de milho é grande e ainda tem o milho assado e o milho cozido. Parece até que apenas nesta época do ano o consumo deste cereal é mais intenso, contudo, no dia a dia, muito do que é consumido no país, tem relação com o milho.

São subprodutos, como o amido e a glucose, usados em alimentos processados: salgadinhos, bolos, doces, biscoitos e sobremesas, e o consumidor nem imagina que ali está o milho. De modo indireto, o brasileiro ainda consome o milho através da ração utilizada na alimentação das aves e dos suínos.

De acordo com informações do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor – IDEC cerca de 90 % da soja e 80% do milho do Brasil são de origem transgênica. A rotulagem obrigatória de alimentos com transgênicos foi derrubada no Congresso Nacional e o consumidor não tem certeza sobre o que está consumindo. Hoje, cabe ao produtor que não usa sementes transgênicas provar que o seu produto não é geneticamente modificado. Um custo a mais para estes, que normalmente são pequenos produtores.

Mesmo sendo o terceiro maior produtor mundial de milho, o Brasil importa milho do Paraguai e da Argentina, que provavelmente cultivam milho transgênico. Mais recentemente, por conta da redução da safrinha do mês de maio de 2016, o Brasil cogita a importação do milho dos Estados Unidos, que tem cerca de 80% da sua safra de transgênicos.

Não há muitas pesquisas seguras sobre os efeitos dos transgênicos para a saúde humana, mas ongs, movimentos sociais e entidades em defesa da vida apontam pelo menos dois riscos. As bactérias inseridas no milho transgênico podem se combinar com as bactérias da flora intestinal humana e produzir alergias. O outro risco é que a bactéria inserida no milho transgênico é resistente a antibióticos, o que poderia comprometer a eficiência destes remédios nos humanos.

Como não dá para saber com segurança em quais produtos há presença de transgênicos, busque produtos da agricultura familiar agroecológica, pois eles são livres de modificação genética. Além disso, evite o óleo de milho e de soja e dê preferência a produtos como aveia, trigo e arroz integral (na forma de farinha, flocos, grãos). Outras opções são: a fécula de batata, mandioca, batata, batata-doce e farinha de tapioca. No consumo de industrializados, sempre verifique na composição a presença de soja ou milho.

 

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