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CPT BAHIA

Observatório Popular da Mineração e Energia Eólica é lançado em Juazeiro

Ser instrumento de uso da população, dos afetados e afetadas da mineração, seja comunidade tradicional de Fundo e Fecho de Pasto, quilombolas, agricultores/as, ribeirinhos/as e/ou todos aqueles/as indignados/as com os impactos que a mineração e as usinas eólicas causam na sociedade. Esse é um dos objetivos do Observatório Popular da Mineração e Energia Eólica do Território de Identidade Sertão do São Francisco, lançado nesta terça-feira (23), no Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).

A ideia do Observatório Popular, um projeto de extensão da UNEB, surgiu após “conhecer as agressões que as mineradoras e eólicas causam nas comunidades rurais (…) o desrespeito à vida, ao modo de viver, dessas comunidades tradicionais que vivem no Semiárido há muitos anos”, conta a coordenadora do projeto, Maryângela Ribeiro de Aquino.

Maryângela explica ainda qual será o papel do Observatório. “Um centro permanente que há de ser de escuta, de realizações de ações, de seminários, matérias jornalísticas, pesquisas. Para que a universidade, cumpra seu papel social e os estudantes exercendo a sua cidadania, e que o conhecimento adquirido e sistematizado possa servir de apoio e de suporte a todas as comunidades que hoje estão sendo impactadas por esses empreendimentos”.

O militante do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) Pablo Montalvão destaca que o Observatório será “uma ferramenta popular para observar esse modelo de mineração e ser um instrumento de crítica à destruição, aos impactos na saúde, no meio ambiente, econômico”. Pablo ressalta ainda que “o observatório dentro da universidade, abre portas para a população externa, esses afetados e afetadas da mineração e se pretende colocar à disposição para contribuir numa análise crítica do modelo mineral, e se propõe nesse processo, a ser instrumento de luta, de organização”.

As atividades desenvolvidas pelo Observatório vão contar com a participação da comunidade acadêmica do Campus III da UNEB, em Juazeiro, além de entidades sociais, políticas e ambientais e Organizações Não Governamentais, que já debatem essas temáticas, como: Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa); Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Juazeiro-BA; Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM/BAHIA); Movimento Salve as Serras (SAS); Articulação Estadual de Fundos de Pasto BA, entre outros.

Diante do avanço das mineradoras e eólicas no Semiárido, que colocam em risco a existência dos modos de vida, tradições, cultura e saúde dos povos afetados, deixando um rastro de destruição na fauna e flora da Caatinga, a proposta deste Observatório Popular se faz importante, uma vez que, dará maior destaque aos inúmeros prejuízos causados à sociedade enquanto alguns vislumbram apenas o lucro financeiro e desenvolvimento econômico, sem se preocupar com as consequências sociais e ambientais.

Texto e fotos: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa 

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