Comunidades cobram respostas da mineradora pelos impactos de sua operação
Cansados de esperar a resolução dos problemas em torno do transporte do minério de ferro, cerca de 200 moradores das comunidades rurais de Licínio de Almeida, no semiárido da Bahia, interditam a linha férrea que corta o município. Moradores estão impedindo o transporte ferroviário desde a manhã desta segunda-feira (24) afim de pressionar a Bahia Mineração (BAMIN) ao diálogo. Uma assembleia popular ocorreu em cima dos trilhos durante a manifestação.
Moradores das comunidades já estão há 29 dias mantendo a interdição da rodovia BA-156 e nenhum contato foi estabelecido por parte da empresa com o objetivo de atender às reivindicações da população. O povo da região tem sofrido intensamente com a poeira excessiva, em decorrência do tráfego de caminhões, o desperdício de água potável para molhar a via e, sobretudo, pelo desrespeito da empresa em relação às reivindicações.
Não há debates entre moradores, a empresa e órgãos públicos para identificar situações e apresentar proposições para os mesmos. Representantes dos movimentos solicitam audiência pública em caráter de urgência para debater os impactos da mineração com toda a população de Licínio de Almeida.
O asfaltamento do trecho da BA-156 é outra exigência popular. Solicitam ações imediatas neste sentido, pois além de diminuir a poeira para moradores, suas casas e plantações, o uso indiscriminado da água dos poços por parte da mineradora ocasiona, a médio e longo prazo, o assoreamento de rios da região, o rebaixamento do lençol freático e uma maior tragédia hídrica no local, uma vez que já é corriqueiro o sofrimento por escassez de água na região.
A ação conta, ainda, com as participações do Movimento pela Soberania Popular na Mineração, associações de moradores, Comissão Pastoral da Terra, Centro de Agroecologia no Seminário, Cáritas e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais na Agricultura Familiar de Licínio de Almeida – SINTRAF.