Na última terça-feira (07), trabalhadores rurais se reuniram com Jõao Lúcio, Prefeito de Andaraí e presidente do Consórcio Chapada Forte, representantes dos municípios baianos de Wagner, Lajedinho e Lençóis, e da Secretaria de Relações Institucionais do Estado da Bahia – SERIN, assim como alguns vereadores, para discutir a crise hídrica do Rio Utinga que faz parte da Bacia do Rio Paraguaçu. A reunião aconteceu no Assentamento São José, em Lençóis, na Chapada Diamantina.
O rio Utinga, um dos principais afluentes da Bacia do rio Paraguaçu, nasce na comunidade de Cabeceira do Rio, e é responsável pelo abastecimento de água nas cidades de Utinga, Wagner e Andaraí, e vem sofrendo nos últimos anos com o longo período de estiagem que assola a região, considerado a pior dos últimos 50 anos.
Na contramão da escassez de chuvas ou da irregularidade nos níveis pluviométricos na região, observa-se um aumento significativo nos projetos de irrigação, principalmente com o avanço nas plantações de banana, mamão e hortifrutigranjeiro em Utinga e Wagner, o que tem causado a seca do rio. Milhares de pessoas estão sem água para o abastecimento humano, para o consumo dos animais e para as plantações dos pequenos agricultores, o que já causou um prejuízo para os camponeses estimados em R$ 3 milhões.
Com a seca e destruição desse e de outros afluentes, a bacia do Rio Paraguaçu está ameaçada e em estado de alerta. Do Paraguaçu dependem 2,3 milhões de baianos em 86 municípios, inclusive, é responsável pelo abastecimento de 60% da água em Salvador e região metropolitana. Na região da Chapada a cada ano o volume dos rios diminuem devido a redução das chuvas, desmatamentos, incêndios florestais, assoreamento dos cursos d’água, destruição da mata ciliar e o agronegócio.
Foi marcada para o próximo dia 22, uma reunião com os secretários do Estado, para discutir esses e outros problemas identificados ao longo do rio Utinga.
Texto e foto:
Tiago Aragão/ Equipe Centro Norte – CPT Bahia