No dia 27 de maio de 2017, cerca de 37 famílias de trabalhadores e de trabalhadoras rurais sem terra, ocuparam a fazenda denominada “Fazenda encosta”, com um pouco mais de 3.700 hectares.
Os ocupantes afirmam que há muitos anos a fazenda está abandonada. Em 2013, a empresa ADAMA Participações e Investimentos LTDA de propriedade do israelense Yakov Levin, comprou a área e a desmatou totalmente. As árvores foram derrubadas e os umbuzeiros arrancados pela raiz. A ação foi denunciada ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, que esteve no local e multou a empresa.
O grupo que ocupou a “Fazenda encosta” é formado por pais e mães de família, na sua maioria jovens, do município de Barra (BA). “Nós ocupamos a terra para assegurar um pouco mais de dignidade para nossas famílias”, afirmou um dos trabalhadores acampados. Para Ivo, trabalhador rural e pai de uma das acampadas, “a ocupação vem da necessidade de terem um pedaço de terra para tirar dela seu sustento, pois emprego não há”, disse.
A intenção dos/as trabalhadores/as, é permanecer na área (morando, criando e plantando), para que aquela terra cumpra a sua função social.
Na última sexta-feira (09), o Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais de Barra – STTR e a Comissão Pastoral da Terra – CPT visitaram o acampamento e declararam apoio à ocupação.
A CPT parabenizou a atitude dos/as ocupantes, e afirmou que aquela ação é uma forma de eles e elas reafirmarem para a sociedade que a luta pela terra não morreu, e que a transformação social passa pela democratização da terra. Dizer não ao latifúndio é dizer sim a um ambiente saudável, a soberania alimentar e consequentemente a uma vida digna.
CPT Centro Oeste – Núcleo Barra.