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CPT BAHIA

“TUDO É POLÍTICO QUANDO VOCÊ É MULHER”. 

Comunicação CPT – Centro Oeste – Núcleo Bom Jesus da Lapa

A Articulação de Mulheres pelo Cerrado do Oeste da Bahia, composta por mulheres camponesas e trabalhadoras, das Bacias do Rio Grande e do Rio Corrente, vem desde 2019 buscando fortalecer as lutas e pautas comuns. Empenhadas em estimular e fortalecer ações em defesa da democracia, da vida das mulheres  e das pautas que perpassam a conjuntura política e ambiental no Oeste da Bahia, promove campanha com o mote “TUDO É POLÍTICO QUANDO  VOCÊ É MULHER”. 

Ao longo do mês de setembro, houve publicações em redes sociais, distribuição de material impresso e  diálogo com diversos segmentos da sociedade,  sobre a importância da participação no processo democrático de escolha de candidaturas representativas, e denunciando os modos operativos do agronegócio, mudanças climáticas, violência de gênero, violações de direitos e outros temas que envolve a vida das mulheres. 

A campanha acontece no período eleitoral e busca   mobilizar e  sensibilizar a sociedade  para uma atenção especial às   candidaturas que se preocupem com as minorias, alertando para o voto consciente e livre, chamando à atenção da classe trabalhadora para não votarem em opressores. É preciso escolher candidaturas  que tenham compromisso com as  vidas das mulheres  negras, indígenas, quilombolas, fecheiras, geraizeiras, ribeirinhas, agricultoras, atingidas por barragens, extrativistas, profissionais do campo e da cidade.

Além das questões específicas das mulheres, uma pauta de grande relevância na campanha são as questões ambientais e tem alertado pela necessidade de aprovação da Emenda à Constituição – PEC 504, que propõe  incluir o  Cerrado e a Caatinga entre os biomas considerados como  patrimônio nacional, o que auxilia nas estratégias jurídicas e políticas de defesa do Cerrado e territórios tradicionais.  Os povos do campo da Caatinga e do Cerrado são verdadeiros guardiões desses biomas, que guardam diversas cadeias produtivas da sociobiodiversidade brasileira  e contribuem de modo significativo para a economia do Brasil.

O Oeste Baiano sofre com o avanço do agronegócio e hidronegócio sobre os territórios tradicionais, batendo recordes de desmatamentos em áreas estratégicas do Cerrado, que abastece os aquíferos Guarani, Bambuí e Urucuia. Estes ambientes  são responsáveis em alimentar importantes bacias hidrográficas, como  a Paraná/Plata, Paraguai, Amazônica, Parnaíba e São Francisco. Destruir o Cerrado, é de fato um plano devastador do agronegócio, que vai levar ao desaparecimento do bioma, das águas, da sociobiodiversidade e da vida humana.

O Oeste Baiano tem enfrentado um cenário cada vez mais desafiador, além dos agravos provocados pelo agronegócio, ainda tem projetos de barragens, mineração, FIOL (Ferrovia de Integração Oeste Leste), inúmeras autorizações por órgãos do Estado para outorgas e supressões de vegetação nativa, morosidade na regularização dos territórios tradicionais de Fundo e Fecho de Pasto, ausência de segurança pública e das demais políticas públicas necessárias à qualidade de vida das comunidades rurais.

Neste cenário as mulheres deram cara, cor e vida a campanha,  que tem considerado  o compartilhamento das sabedorias e conhecimentos ancestrais vivenciados por elas em seus territórios, animando  a chama que alimenta a resistência das mulheres e homens que habitam o Cerrado do Oeste Baiano,  para continuar resistindo para existir. 

A campanha em curso tem contado  com a parceria da Escola de Ativismo, Comissão Pastoral da Terra- CPT, Agência 10envolvimento, Movimento dos Atingidos por Barragens, Coletivo de Fundo e Fecho de Pasto da Bacia do Rio Corrente e outros parceiros, pode ser acessada pelas redes sociais da Articulação.

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