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CPT BAHIA

Conflitos no Campo Brasil 2018 da CPT é lançado em Senhor do Bonfim (BA)

O aumento dos conflitos por água no campo brasileiro e da violência contra a mulher foram os destaques do lançamento da publicação anual Conflitos no Campo Brasil 2018 da Comissão Pastoral da Terra (CPT) que aconteceu no dia 29 de maio na Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), em Senhor do Bonfim (BA). Em 2018, os estados da Bahia e de Minas Gerais registraram 65 casos desses conflitos e as principais vítimas foram as comunidades tradicionais, com a mineração entre as maiores causadoras.

Amanda Monteiro, agente da CPT, apresentou os dados do caderno e chamou a atenção para o crescente número de mulheres vítimas de violência, assim como da impunidade da justiça em relação a outras violências no campo. “Em meio ao espaço agrário brasileiro muitos crimes são esquecidos ou nem são registrados, e quando se registra, a justiça não funciona, e os pobres trabalhadores, principalmente as mulheres, são criminalizadas e ameaçadas. Hoje, quem detém a terra e a água, detém o poder”, disse. Além do avanço da mineração, as comunidades da região sofrem ameaças também de empresas eólicas e agro/hidronegócio.

Segundo Jorge da Silva, assentado no Projeto de Reforma Agrária Serra Verde do Movimento Estadual de Trabalhadores Assentados, Acampados e Quilombolas (CETA), o movimento passou por alguns conflitos quando chegaram na cidade de Senhor do Bonfim, e que o apoio do sindicato dos trabalhadores rurais e da CPT foram fundamentais.

“Quando chegamos o preconceito com os assentados em vários setores da sociedade foi muito grande. Ainda em 2012 e 2013 passamos por conflitos com a água, pois prendiam a água no alto da Serra para não chegar em nosso assentamento. Então houve um longo processo de mobilização e ações para fazer valer os direitos e deveres. São 14 anos de luta e resistência, cultivando e produzindo na terra, produzindo alimentos orgânicos para a cidade”, afirmou.

O evento contou com o apoio do colegiado de Geografia da UNIVASF, e também comemorou o dia do Geógrafo/a. O professor Pedro Nóbrega falou da necessidade de entender um pouco mais sobre a geografia, as contribuições e o dever para com a vida, o mundo, a sociedade e o espaço geográfico como um todo. “É importante estudar a vida no campo e as comunidades tradicionais para entender as dificuldades, desafios, perspectivas e pensar possíveis saídas. O conhecimento empírico e científico devem estar lado a lado para superar o momento de ataque à vida pelo Estado”, completou.

Texto: Pablo Montalvão/ Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM)

Fotos: Thales Barboza

Edição de texto: Comunicação CPT Bahia

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