Nessa sexta-feira (31), fez dez anos da passagem da Marilene da CPT-BA, de Bom Jesus da Lapa. Mulher, negra, pobre, urbana, filha de pais lavradores de terra alheia, desacostumou-se a dar de graça o suor. E desde cedo pôs-se a suar na luta do povo, nas CEBs, na PJMP, na CPT, no caminho do Reino, na Romaria para a Terra Prometida. Forjada na adversidade, aprendeu na contracorrente a ser libertária, e foi, por 35 anos. Jamais se dobrou ou contemporizou com os poderes, nem os opressores nem os falsamente libertadores.
Jamais se dobrou ou contemporizou com os poderes, nem os opressores nem os falsamente libertadores. A qualidade que mais admirávamos nela era a consciência de seu próprio papel como agente de pastoral, como educadora popular, como CPT – servidora fiel da libertação verdadeira. Sempre ponderada, chegava a ser intransigente quanto ao protagonismo e autonomia do povo nas decisões que a luta exigia. Rechaçava qualquer tentação vanguardista ou ameaça de manipulação da vontade e do sonho dos trabalhadores. Sofria com as desilusões políticas, as manipulações, as cooptações, o refluxo da luta do povo. Mas sempre estava disposta a lutar por condições melhores, não apenas suas, mas de toda a comunidade.
Dez anos depois, o legado de Marilene continua, estamos na luta pela terra, pela água. Resistimos! Marilene de Jesus, da CPT PRESENTE! PRESENTE HOJE E SEMPRE!
Assista o documentário em homenagem a esta mulher, que foi e é inspiração de tantas outras: https://www.youtube.com/watch?v=9VDLesP9tFs
