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Violência cresce no campo em 2014

As ocorrências de violência contra a pessoa em 2014 cresceram. O número de assassinatos passou de 34 em 2013, para 36 em 2014, um aumento de 6%. Esse crescimento se deu na região Centro-Oeste, onde o número de assassinatos passou de seis para oito, 33% a mais, e no Sul, de um para três, 200% a mais. Na região Norte o número se manteve igual, 14 assassinatos tanto em 2013, quanto em 2014. Já na região Nordeste o número teve declínio de 10 para nove, e no Sudeste de três para dois.capa_caderno_2014_site

O estado com o maior número de registros de assassinato é o Pará: nove. Rondônia e Mato Grosso vêm a seguir com cinco. O Pará apresentou crescimento de 50% no número de assassinatos (seis em 2013, nove em 2014) e Rondônia 400% (um em 2013, cinco em 2014).

Em 2014 sobressai também o número de mulheres assassinadas em conflitos (oito), 22% do total.

Mas o que mais chama a atenção, em 2014, é o aumento no número de tentativas de assassinato. De 15 tentativas em 2013, o número saltou para 56 em 2014, crescimento de 273%. Esse crescimento se deu em todas as regiões do Brasil, menos no Centro-Oeste, onde o número caiu de sete para três. No Nordeste as tentativas cresceram de cinco em 2013, para 11 em 2014, 120%; no Norte de 0 (zero) para 32, 3.200% (28 delas no Pará); no Sudeste de uma para sete, 600% e no Sul de dois para três, 50%.

Por outro lado o número de registros de ameaças de morte recuou de 241 em 2013, para 182 em 2014, – 24%. Este recuo se deu em todas as regiões do país. Rondônia apresentou crescimento no número de pessoas ameaçadas, passando de nove para 16, e Maranhão de 49 para 51. Seis das pessoas ameaçadas sofreram tentativa de assassinato. Todavia não se pode comemorar a diminuição das ameaças de morte diante do expressivo aumento das tentativas de assassinatos, já que podemos concluir que em 2014 não se ameaçou, foi-se direto para as vias de fato.

Número de famílias despejadas quase dobra em 2014

Outro dado que se destaca da violência contra os homens e mulheres do campo é o do número de famílias despejadas, cresceu quase 92%. 6.358 famílias despejadas em 2013, 12.188 em 2014. Este crescimento se deu em todas as regiões do Brasil, menos no Norte, onde o número decaiu de 2.323 famílias despejadas em 2013, para 1.699 em 2014. No Centro-Oeste o crescimento foi de 112%, passou de 526 para 1.117, no Nordeste o número passou de 1.769 para 4.174, 136%; no Sudeste, de 1.293 para 2.878, 123%; e no Sul de 447 para 2.320, 419%.

Cresceu também o número de famílias ameaçadas de despejo: passou de 19.250 para 29.280, aumento de 52%; o número de famílias ameaçadas de expulsão de 22.698 para 23.061 e o de famílias que viveram sob a mira de pistoleiros de 13.638 para 17.695, 30% a mais. Já o número de famílias expulsas diminuiu de 1.144 em 2013, para 963 em 2014, -16%. Este dado sinaliza que quando é maior a ação do poder público na defesa dos interesses dos proprietários estes podem se eximir de uma ação direta.

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