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CPT BAHIA

Mutirão anima comunidades do sul da Bahia

Representantes de organizações e movimentos sociais se reuniram com os moradores do Assentamento Bom Gosto em Ilhéus (BA), nos dias 6 e 7 deste mês, para reformar a casa sede onde acontecem as assembleias da comunidade. O mutirão fez parte da programação da visita do secretariado da Comissão Pastoral da Terra – Bahia na região Sul/Sudoeste.

O Assentamento Bom Gosto tem 21 anos e abriga cerca de 40 famílias, e é uma das comunidades impactadas pela construção da rodovia que dá acesso ao Porto Sul. Alguns dos objetivos da atividade foram os de fortalecer a organização, e possibilitar o diálogo e a troca de experiência com outras comunidades. Estiveram presentes os integrantes do Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM), Movimento Estadual dos Trabalhadores Acampados, Assentados e Quilombolas (CETA), Microforum, Levante Popular da Juventude e do Curso de Realidade Brasileira (CRB).

Lucineia Costa do Santos, moradora do assentamento, ressaltou a importância do trabalho desenvolvido a partir do mutirão, pois a sede é o local onde a comunidade se organiza e se mantém. Já Antônio Celio de Castro, um dos coordenadores estaduais da CPT Bahia, afirmou que o momento do diálogo com o homem e a mulher que vive no campo é essencial para os participantes.

A reforma terá continuidade nesta semana, sendo o mutirão o impulso que mobilizou a comunidade e organizações sociais com vista ao trabalho concreto de transformação da realidade. Na quinta-feira, dia 8, a visita do secretariado deu continuidade com visita as famílias, mobilização da comunidade de Juerana, em Ilhéus, para participação da Assembleia Popular na Mineração que discutiu o atual modelo mineral, os impactos e alternativas ao Porto Sul na região.

Essas populações que vivem na região sul da Bahia ameaçadas pela implementação deste projeto do Porto Sul/FIOL precisam fortalecer e se articular em defesa de seus territórios e modos de vida. Esses empreendimentos trarão dificuldades as formas de vida e economia camponesa e consequentemente a economia local.  Por outro lado, os referidos empreendimentos seguem a logica das políticas de exportação das riquezas naturais, agredindo o meio-ambiente, a partir do desmatamento e trazendo impactos sociais.

Texto: Lázaro Vasconcelos Oliveira, integrante do CRB/ Beni Carvalho, Equipe Comunicação CPT Bahia.

Edição: Comunicação CPT Bahia

Fotos: Ana Diniz – Articulação Sul da Bahia Viva

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