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CPT BAHIA

Ato público encerra o 2º dia de mobilizações do MAB no Oeste da Bahia

Cerca de 500 camponeses das comunidades ribeirinhas do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), das comunidades tradicionais de Fundo e Fechos de Pasto e de outras organizações e entidades de apoio da região Oeste da Bahia realizaram na manhã do dia 12 de março uma grande caminhada pelas ruas da cidade de Santa Maria da Vitória, para dialogar com a população sobre a realidade socioambiental que ameaça toda a região.bahia_0

O ato público é continuidade da jornada de luta iniciada no dia anterior com a ocupação da sede regional do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) com pauta de reivindicação junto ao órgão e à Secretaria de Meio Ambiente do Estado. As mobilizações fazem parte da jornada de luta em comemoração ao 14 de março – Dia Internacional de Luta Contra as Barragens, pelos Rios, pelas Águas e pela Vida, realizada pelo MAB.

Diversas comunidades ribeirinhas e de fechos de pasto que vivem nos vales dos rios Formoso, Arrojado, Corrente, do Meio, Carinhanha, Santo Antonio, Itaguari, Riacho do Meio e na bacia do Rio Grande vêm sofrendo grandes ameaças e perseguições, com os seus direitos sendo violados pelos interesses do capital, através dos grandes projetos com o apoio do Estado, como as barragens, ferrovia e a grilagem de suas terras pelo agronegócio.

Nos últimos anos, todos estes rios que alimentam as bacias do Corrente, Carinhanha e Grande, principais tributárias do rio São Francisco, têm sofrido drasticamente a redução da sua vasão. A principal causa desta redução se deve ao aumento dos pivôs centrais e ao desmatamento no cerrado para a expansão do agronegócio.

“Mesmo diante desta grave realidade, até março deste ano já foram autorizadas pelo INEMA/BA o desmatamento de mais de 61 mil hectares no cerrado do Oeste, foram concedidas outorgas para captação de mais de 360 mil metros cúbicos de água nos rios e através de perfuração de poços artesianos para servir ao agronegócio. Não podemos ficar parados diante desta realidade”, salienta Evanisa, ribeirinha ameaçada por barragens e pela FIOL, militante do MAB.

As principais reivindicações dos ameaçados no Oeste são a suspensão das outorgas de água e dos licenciamentos para desmatamento no cerrado no Oeste da Bahia; O cancelamento dos projetos de barragens nos rios do Oeste, em especial as barragens do Arrudiador no Rio Formoso, município de Jaborandi e Caiçara e Gavião no rio Carinhanha, no município de Côcos; A regularização fundiária das terras individuais e coletivas das comunidades tradicionais, em especial a realização da discriminatória da Fazenda Barra Velha/grupo Misote; A não renovação da concessão de funcionamento da PCH Sítio Grande no rio das Fêmeas em São Desidério, até que sejam atendidas as reivindicação da população ribeirinha que sofrem com a falta de água e irregularidade da vazão do rio; e O fim da criminalização dos camponeses.

Os manifestantes conseguiram apresentar a pauta reivindicatória às principais secretárias do estado e abrir um canal de diálogo para continuar o debate sobre as questões socioambientais da região Oeste e em toda a Bahia e afirmaram: “Se nossas reivindicações não forem atendidas, iremos continuar ocupando e fazendo resistência até que os nossos direitos e da natureza sejam respeitados”.

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